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Internacional
Terça - 21 de Março de 2006 às 20:44

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Vários imames dos Estados Unidos, Reino Unido e Espanha foram unânimes em condenar o terrorismo, que na opinião de todos, não tem fundamento religioso e é contrário ao Islã e ao Corão.

O xeque Syed Agha Jafri, um dos imames de Nova York que participa do II Congresso Mundial de Imames e Rabinos, na cidade espanhola de Sevilha, disse que "atacar a Humanidade, como estão fazendo os terroristas, não está no Islã".

"Os terroristas não têm direito moral de se dizerem muçulmanos, nem os que se suicidam", disse Agha Jafri. Ele acrescentou que, com a violência, eles se ridicularizam e perdem o respeito porque, citando o Corão, "se você mata uma pessoa, mata toda a Humanidade".

Agha Jafri disse que nos EUA, após os atentados, as medidas de segurança foram reforçadas e que isto é difícil, mas, na sua opinião, é bom, porque não agrada aos amigos dos terroristas.

Os muçulmanos que vivem na área metropolitana de Nova York, cerca de 500 mil segundo seus cálculos, não sofreram nenhum tipo de discriminação após os atentados. Entre outras coisas, porque cerca de 600 adeptos da religião morreram nos atentados de 11 de setembro.

Já para o imame de Brighton, Abduljalil Sajid, o lugar onde houve mais discriminação e "islamofobia" após os atentados de Londres foi o Reino Unido. Sajid inclusive expressou ao premier Tony Blair que "o extremismo não se combate com mais extremismo".

Sajid, que calcula que só no Reino Unido há entre dois e três milhões de muçulmanos, afirma que o único caminho para a convivência é a integração, porque eles "não vão sair do Reino Unido nem da Europa", e acrescentou que em seu país "o número de líderes extremistas pode ser contado nos dedos da mão".

O imame britânico pediu aos terroristas que respeitem a dignidade das pessoas e a vida, e lamentou que em alguns países da Europa os muçulmanos sejam vistos como uma ameaça, enquanto a expressão pacífica do Islã não é vista.

Este é o segundo Congresso Mundial de Imames e Rabinos, com a presença de 400 delegados, entre imames, rabinos e representantes de outras religiões. O primeiro foi realizado no ano passado, na Bélgica, e o objetivo é encontrar pontos em comum para o diálogo e para a paz.

As sessões de hoje, da mesma forma que as de amanhã, são fechadas, mas os organizadores - a fundação Hommes de Parole e a Fundação das Três Culturas - oferecerão um resumo dos debates em entrevista coletiva.





Fonte: EFE

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