Arcebispo de Canterbury defende teoria da evolução de Darwin

O arcebispo de Canterbury e primaz da Igreja Anglicana, Rowan Williams, defendeu o cientista Charles Darwin frente à teoria do criacionismo, em entrevista publicada hoje no jornal The Guardian. Entrando totalmente na polêmica entre os fundamentalistas cristãos, que defendem o criacionismo - versão bíblica da origem do mundo -, e os cientistas seguidores da teoria da evolução de Darwin, o arcebispo diz que o criacionismo não deveria ser ensinado nas escolas.

O criacionismo é ensinado atualmente em vários colégios particulares britânicos, entre eles dois financiados pelo empresário protestante Peter Vardy. "Acho que o criacionismo é (...) um erro categórico, que parte da Bíblia como se fosse uma teoria como qualquer outra (...). Minha preocupação é que o criacionismo pode acabar reduzindo a doutrina da criação em vez de ensiná-la", afirma Williams.

O debate sobre o criacionismo ou seu variante mais sofisticado - o chamado "desenho inteligente", segundo o qual a criação é tão complexa que só pode ser obra de uma força inteligente (Deus) - chegou ao Reino Unido, embora não com a mesma força que nos Estados Unidos. Nos EUA, devido às pressões da direita religiosa, alguns estados estudam a possibilidade de dar ao "desenho inteligente" a mesma proeminência nos planos de ensino do que ao darwinismo, a teoria demonstrada cientificamente da evolução das espécies.