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Economia
Sexta - 17 de Março de 2006 às 08:48
Por: Chico Siqueira

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Produtores rurais da região de Araçatuba, interior de São Paulo, jogaram 2,1 toneladas de grãos na rua e depois atearam fogo em protesto contra os baixos preços dos produtos e endividamento no setor. O protesto foi feito durante a visita do ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, à Feira de Negócios do Setor de Energia (Feicana/Feibio 2006). Rodrigues disse que o protesto foi "justo".

Antes de o ministro chegar, os manifestantes espalharam 1 tonelada de milho, uma tonelada de soja e 120 kg de arroz pela rua e canteiros da avenida que dá acesso ao parque onde era realizada a feira. Depois que o ministro chegou, eles colocaram fogo numa parte dos grãos.

Porém, a organização da feira evitou o confronto do ministro com os agricultores, desviando a comitiva por uma entrada lateral do parque. "Ele é ministro da cana, não da agricultura", afirma o produtor José Carlos Roberto, plantador de soja, ao ficar sabendo do desvio do ministro.

"Queríamos que ele passasse por aqui para ouvir nossas reivindicações", afirma o líder do movimento, Roberto Frare, presidente da Associação dos Produtores de Coroados, que engloba 93 produtores, 95% dos quais endividados na última safra.

Os manifestantes espalharam faixas de protesto com os seguintes dizeres: "Senhor ministro da Agricultura, com preços baixos da soja e do milho não conseguimos pagar nossas dívidas. Você já se alimentou hoje? Agradeça ao produtor rural". Outra faixa era contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva: "Lula a nova praga da agricultura".

Os produtores acusam o governo de incentivar a crise no campo ao não estabelecer preço mínimo para os produtos e seguros agrícolas para garantir a plantação. Eles culpam o governo pela desvalorização do dólar que aumentou o custo de produção dos grãos. "Enquanto o preço dos grãos caiu em mais de 50% de 2003 para cá, o dos insumos continuou estável", afirma Frare. Segundo ele, o custo de produção da soja na região, por exemplo, foi de R$ 27 por tonelada, mas os agricultores receberam apenas R$ 23.

De acordo com Frare, centenas de produtores da região estão com nomes na Serasa e estão sendo protestados ou executados por bancos e cooperativas que financiaram as duas últimas safras, uma delas também foi atingida em cheio pela estiagem.





Fonte: A Gazeta

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