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Economia
Sexta - 10 de Março de 2006 às 15:20
Por: Jaime Neto

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A cadeia produtiva do arroz em Mato Grosso sofreu um duro golpe esta semana do ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB). O Estado, o segundo maior produtor de arroz do País, foi sem a menor justificativa, preterido do Prêmio de Escoamento de Produto (PEP) em claro benefício à Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

O PEP é uma subvenção econômica do governo a ser arrematada em leilão público. Com o benefício, o governo federal pretende subsidiar o escoamento da produção de arroz das indústrias sulistas -- a um preço vantajoso, para os estados do Norte e Nordeste, justamente o principal mercado de Mato Grosso, onde são direcionados 70% da produção de arroz.

O leilão será realizado no dia 14 de março. O que causa estranheza é que na primeira quinzena de fevereiro a própria Conab havia confirmado às indústrias de Mato Grosso que o estado também seria incluído no PEP. Para se ter uma idéia da extensão do problema, as indústrias estaduais de beneficiamento do arroz não conseguiram, esta semana, já por conta da expectativa do leilão, realizar nenhum negócio com os estados do Norte e Nordeste. “Este pode ter sido o tiro de misericórdia na cadeia produtiva do arroz em Mato Grosso”, declarou com indignação o presidente do sindicato das Indústrias de Alimentação (Siamt), Marco Lorga.

E a revolta faz sentido. Mato Grosso comercializa com os estados do Norte e Nordeste um fardo de 30 Kg de arroz tipo “longo-fino” a R$ 30 e o Rio Grande do Sul, com o benefício do PEP, venderá a R$ 28 sem o menor prejuízo aos produtores em razão da subvenção.

A intervenção do governo federal em Mato Grosso iria incentivar o escoamento de 30 mil toneladas de arroz. O volume responde por 7,5% das 400 mil toneladas da safra passada, estocadas nas mãos da indústria e dos produtores rurais mato-grossenses. A quantidade representa ainda cerca de 3% da safra atual, estimada em torno de 1 milhão de toneladas.

As conseqüências mais graves serão o desestímulo ao produtor rural (queda nos preços) e a paralisação do parque industrial ocasionando uma avalanche de demissões. O segmento emprega hoje aproximadamente 4,5 mil trabalhadores em Mato Grosso em 150 indústrias.





Fonte: Do MidiaNews

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