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Internacional
Quinta - 02 de Março de 2006 às 22:44

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Alemanha, França e Grã-Bretanha negociarão nesta sexta-feira, em Viena, com líderes iranianos a questão nuclear da República Islâmica, a três dias da reunião da AIEA, que pode pedir à ONU a imposição de sanções contra o Irã.

O encontro será realizado a pedido de Teerã entre o negociador iraniano Ali Larijani e os ministros de Relações Exteriores dos três países europeus, anunciaram fontes diplomáticas e o próprio Larijani.

O diretor-geral da Agência Internacional da Energia Atômica (AIEA), Mohammed ElBaradei, pediu a "todas as partes que aproveitem esta ocasião para criar as condições necessárias para uma volta às negociações".

"Peço ao Irã que dê sinais de uma total transparência com relação à AIEA" e que "tome todas as medidas de confiança necessárias para dar garantias à comunidade internacional sobre a natureza pacífica de seu programa nuclear", afirmou ElBaradei.

Os países europeus enviaram uma carta a Larijani na qual advertem que todo o progresso dependerá do fim das atividades de enriquecimento dos iranianos e da cooperação com os inspetores da AIEA. Do contrário, "isso vai gerar um desacordo público que constituiria um fracasso para nossos objetivos comuns".

Antes do encontro, os chanceleres francês, Philippe Douste-Blazy, britânico, Jack Straw, e alemão, Frank-Walter Steinmeier, jantarão juntos na quinta-feira em Viena, segundo fontes diplomáticas.

A reunião de sexta-feira não representa uma retomada oficial das negociações da UE com Teerã, interrompidas no ano passado. "Os iranianos disseram que queriam nos ver, isso é tudo", disse um diplomata europeu.

O Conselho dos 35 países membros da AIEA se reunirá a partir de 6 de março, em Viena, para abordar a questão nuclear do Irã, diante das suspeitas dos países ocidentais de que a República Islâmica busca ocultar suas aspirações atômicas por trás de um programa nuclear civil.

Após a reunião de 4 de fevereiro, a AIEA decidiu informar o Conselho de Segurança da ONU sobre o caso. O certo é que as grandes potências - UE, Estados Unidos, Rússia e China - chegaram à conclusão de que a situação atual é insustentável.

O informe da AIEA é implacável. ElBaradei expressa nele sua preocupação com a existência de "incertezas" sobre a amplitude e a natureza do programa iraniano depois de mais de três anos de verificações exaustivas.

A fim de evitar sanções internacionais e de mitigar o temor dos ocidentais, a Rússia propôs enriquecer urânio iraniano em seu território.

Nesta quinta-feira, Larijani acusou os Estados Unidos de sabotar a proposta russa ao insistir que o expediente iraniano deve "ser levado ao Conselho de Segurança".





Fonte: AFP

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