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Internacional
Quarta - 01 de Março de 2006 às 13:58
Por: Rogerio Wassermann

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O correio tem sido um meio cada vez mais utilizado para o tráfico de drogas como cocaína, heroína, ecstasy e outras substâncias sintéticas, segundo adverte um relatório divulgado nesta quarta-feira pelo escritório da ONU que fiscaliza o controle mundial anti-drogas.

Estima-se que centenas de milhões de dólares em drogas sejam traficados anualmente pelo correio.

De acordo com o documento da Junta Internacional Fiscalizadora de Entorpecentes (Jife), um grande número de sites na internet atuam como farmácias ilegais, recebendo pedidos para o envio pelo correio de substâncias controladas.

A lista de substâncias traficadas pelo correio inclui itens legais, mas cuja venda é controlada, tal como anfetamina e metadona (substância usada no tratamento aos dependentes de opiácios).

Interceptação

Entre as substâncias ilegais mais comumente enviadas pelo correio está o ecstasy. Segundo o relatório, Austrália, Canadá, Nova Zelândia, Portugal, Tailândia e Turquia interceptaram no correio 16.247 tabletes de ecstasy em 2004.

O documento da Jife relata ainda um registro crescente de interceptações de substâncias como efedrina e pseudoefedrina, utilizados para a fabricação ilegal de metanfetamina (substância sintética estimulante, também conhecida como Ice ou Crystal Meth).

Para combater o problema do tráfico pelo correio, o relatório da Jife sugere que os governos reforcem suas leis para permitir um controle maior sobre a correspondência internacional. Segundo o órgão, esse controle deveria atingir também uma vigilância sobre as dependências das companhias de courier.

A Jife recomenda ainda no relatório que os pontos de entrega de pacotes sejam limitados para facilitar esse controle.

Metanfetamina

O relatório divulgado nesta quarta-feira faz ainda uma advertência sobre o crescimento na fabricação ilegal de metanfetamina, principalmente na América do Norte e no sudeste da Ásia, e sugere um maior controle internacional sobre o comércio lícito de substâncias utilizadas para a fabricação da droga, como efedrina e pseudoefedrina.

A metanfetamina é uma variante da anfetamina com efeitos químicos mais fortes. A droga – que é vendida em pó, tabletes ou cristais – pode causar grande dependência.

Segundo a Jife, o monitoramento de 2 mil carregamentos legais de efedrina e pseudoefedrina comercializados no mercado lícito em 2005 permitiu verificar casos de desvios das substâncias, possivelmente para a fabricação de metanfetamina.

O relatório afirma que os traficantes aproveitam brechas nas regras nacionais e internacionais de controle para fabricar metanfetamina. Isso porque o comércio dessas substâncias é ilegal somente em sua forma original, o que deixa de fora medicamentos que as contêm, como xaropes para tosse, por exemplo.

O órgão sugere que o comércio desse tipo de medicamentos contendo efedrina ou pseudoefedrina também passe a ser controlado.

Para ajudar no controle do comércio dessas substâncias, a Jife diz ter desenvolvido um sistema eletrônico que facilita a notificação da compra e da venda pelos países, facilitando assim o monitoramento e a identificação de possíveis desvios.





Fonte: BBC Brasil

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