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Economia
Terça - 21 de Fevereiro de 2006 às 22:04
Por: Eduardo Magossi

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São Paulo - Os usineiros decidiram não manter o acordo feito com o governo em janeiro de ter um teto para o preço do álcool combustível em R$ 1,05 por litro. O anúncio foi feito pelo presidente da União da Agroindústria Canavieira de São Paulo (Unica), Eduardo Pereira de Carvalho.

Segundo ele, além do cenário interno existente em janeiro ser diferente do atual, a alta dos preços do álcool no mercado internacional também contribui para a alta das cotações. "O atual preço do álcool combustível no mercado externo é de até US$ 580 por metro cúbico, o equivalente a R$ 1,15 por litro", disse. Carvalho diz que o setor tem de ser regido pela lei de oferta e demanda e, neste momento, a procura está maior que a oferta.

Carvalho explica que a decisão do governo em reduzir a mistura de 25% para 20% é legítimo, já que existe um mecanismo para isso. "Mas não nos compete emitir um juízo de valor sobre as medidas", disse. Segundo ele, a redução da porcentagem de anidro na gasolina permitirá que haja maior oferta no mercado interno. Contudo, o executivo não promete que os preços voltem a R$ 1,05. "Não há fixação de preços", disse.

O diretor técnico da Unica, Antonio Pádua Rodrigues, disse que os preços do álcool dificilmente ficarão nos R$ 1,07 por litro registrados na semana passada. Rodrigues lembra que as distribuidoras não querem correr o risco de ficar sem álcool em março e abril e por isso estão correndo para comprar o produto, o que está incentivando a alta.

O presidente da Unica garante, contudo, que o setor está se esforçando para garantir o abastecimento. "Vamos colocar no mercado até abril, antes do início oficial da safra, um volume entre 850 e 900 milhões de litros mesmo com a cana tendo um rendimento menor se processada antes da época certa", disse.

Safra A safra do Centro-Sul deve começar em primeiro de março, com o início da colheita da usina Cocamar, no Paraná. Além disso, ele disse que o setor estão tentando adiar as exportações de álcool que ocorreriam em março e abril para a época de safra. As exportações de álcool marcadas para março e abril somam 100 milhões de litros. "Eles seriam perto de 200 milhões de litros mas conseguimos reverter muitas vendas", disse Rodrigues. O diretor lembra que os Estados Unidos têm sido o principal comprador de álcool combustível do Brasil.





Fonte: Agência Estado

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