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Repórter News - reporternews.com.br
Internacional
Quarta - 08 de Fevereiro de 2006 às 16:15

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O jornal dinamarquês que deu origem à polêmica das charges do profeta Maomé, com seu concurso de caricaturas, havia se recusado a publicar charges de Jesus por considerá-las ofensivas, disse um artista na quarta-feira.

A publicação de 12 charges mostrando o profeta Maomé, em setembro do ano passado, pelo jornal Jyllands-Posten, enfureceu muçulmanos no mundo todo, e a polêmica voltou a ganhar força com a reprodução das charges por outros jornais, nas notícias sobre sua repercussão.

"Minha charge, que certamente não ofendeu os cristãos a quem a mostrei, foi rejeitada porque o editor achou que ela seria considerada ofensiva aos leitores -- leitores em geral, não necessariamente cristãos", disse o cartunista Christoffer Zieler.

Diferentemente dos muçulmanos, que consideram ofensivo retratar o profeta, muitos cristãos enfeitam igrejas com imagens e esculturas de Jesus. Mas já houve protestos de congregações cristãs contra retratos considerados sacrílegos, principalmente no cinema.

Num email à Reuters, Zieler disse que seus desenhos foram rejeitados pela edição dominical do jornal há três anos. Uma série de charges de sua autoria publicada por um jornal norueguês no último fim de semana satiriza a crença cristã na ressurreição de Cristo.

"Não foi o mesmo editor que depois decidiu publicar as caricaturas de Maomé que ofenderam tanta gente", acrescentou ele.

O jornal enviou perguntas ao ex-editor da edição dominical, que ainda trabalha no Jyllands-Posten, mas não havia comentários imediatamente disponíveis.

O editor do Jyllands-Posten já pediu desculpas por ter ofendido os muçulmanos, mas defendeu o direito de publicar as charges, em nome da liberdade de expressão. Essa foi também a justificativa de dezenas de jornais na Europa para republicar os desenhos.

Para Zieler, uma discussão sobre "a falta discernimento do Jyllands-Posten" não vai ser relevante, agora, para a indignação mundial provocada pelas charges.





Fonte: EFE

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