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Internacional
Sábado - 04 de Fevereiro de 2006 às 07:23

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O navio afundou com mais de 1,4 mil pessoas a bordo quando fazia a travessia entre Duba, na Arábia Saudita, e Safaga, no Egito.

Segundo as autoridades, mais de 300 sobreviventes e 185 corpos já foram retirados das águas frias.

Alguns dos sobreviventes relataram ter visto incêndios na embarcação por várias horas antes do naufrágio.

Notícias

Com os trabalhos de resgate entrando em seu segundo dia, muitos parentes das pessoas que estavam a bordo aguardam no porto egípcio de Safaga por notícias.

Muitos deles manifestaram irritação com a aparente falha das autoridades em informá-los sobre o desastre e os subseqüentes esforços de resgate.

“Eles não estão nos contando tudo”, gritou um homem chamado Gedir Mohammed, de acordo com a agência de notícias Reuters. “Onde estão os corpos? Para onde estão levando os sobreviventes?”, questionou.

Um porta-voz da Presidência egípcia, embaixador Suleiman Aued, disse na TV que o presidente Hosni Mubarak está recebendo relatórios todas as horas e que já ordenou a abertura de uma investigação.

“O presidente oferece condolências às famílias das vítimas”, disse o porta-voz.

Segundo Aued, “a velocidade com que o navio afundou e o fato de que não havia botes salva-vidas suficientes a bordo confirmam que havia um problema de segurança”. “Mas não podemos antecipar os resultados da investigação”, disse ele à TV egípcia.

Ventos

Especialistas em navegação marítima disseram que os fortes ventos e o mar revolto podem ter ajudado a afundar a embarcação.

Sobreviventes sofrendo os efeitos do frio intenso começaram a ser levados para terra firme no porto egípcio de Hurghada neste sábado.

Um deles, Nabil Zirky, disse à agência Associated Press que a tripulação do navio decidiu continuar a viagem apesar de um incêndio a bordo. “É negligência’, disse ele.

Segundo a Associated Press, outro sobrevivente gritou: “Era como o Titanic pegando fogo”.

Um egípcio de 34 anos, Raafat al-Sayyed, disse à agência France Presse que “fumaça começou a sair dos motores” duas horas após o navio deixar o porto saudita de Duba, na quinta-feira à noite.

Buscas

Navios e helicópteros do Egito e da Arábia Saudita estão participando das operações de busca e resgate, que estão sendo dificultadas pela má visibilidade e pelos fortes ventos naquela região do Mar Vermelho.

A TV oficial também informou que, dos 1,3 mil passageiros a bordo, havia 1.158 egípcios, citando informações das autoridades portuárias da Arábia Saudita.

A tripulação, de cerca de cem pessoas, também seria quase toda composta de egípcios.

Inicialmente, acreditava-se que parte dos passageiros poderia estar voltando da peregrinação anual a Meca que aconteceu no mês passado.

Mas as autoridade sauditas – que costumam manter um acompanhamento rigoroso do movimento de estrangeiros no país – disseram que não havia peregrinos no barco.

A empresa Linhas Aéreas do Egito (estatal) reduziu os preços das passagens de avião do Cairo para Hurghada – onde fica o aeroporto mais próximo de Safaga – para facilitar a viagem de parentes de passageiros.

A primeira-dama Suzane Mubarak, que é responsável pelo Crescente Vermelho (equivalente à Cruz Vermelha) no Egito, informou que um escritório vai ser montado para centralizar as informações sobre a busca e o resgate de vítimas.

O governo egípcio ainda não deixou claro quanto tempo demorou desde que chegaram as primeiras informações sobre o desaparecimento do navio até o início das operações de busca.

O Salam 98, de 6.650 toneladas, pertence à empresa egípcia el-Salam Maritime Transport e estava em operação havia 35 anos.





Fonte: BBC Brasil

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