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Saúde
Terça - 31 de Janeiro de 2006 às 14:31

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Quase oito milhões de crianças em todo o mundo nascem com algum defeito genético todos os anos, segundo relatório publicado nesta terça-feira pela organização americana March of Dimes. O relatório ¿ o primeiro estudo global sobre o assunto - coletou dados de 193 países e mostra que, ao todo, 3,3 milhões de crianças com menos de cinco anos de idade morrem a cada ano por causa de algum defeito congênito. Estima-se que 3,2 milhões das que sobrevivem convivam com deficiência física ou mental pelo resto da vida. Ao todo, a organização concluiu que cerca de 6% dos bebês nascidos no mundo sofrem com defeitos genéticos.

Álcool e drogas Além desses, centenas de milhares de bebês nascem com defeitos sérios ligados à exposição ao álcool, ou infecções como rubéola ou sífilis, mas esses não estão incluídos no relatório. A organização alega que esses defeitos poderiam diminuir em 70% se fossem adotadas medidas simples, como receitar ácido fólico para todas as mulheres grávidas, para minimizar o risco de espinha bífida.

Segundo o relatório, a vasta maioria dos bebês que nascem com defeitos são de países pobres ou em desenvolvimento. Os cinco defeitos de nascimento mais comuns são problemas cardíacos congênitos (1.040.865 nascimentos), defeitos no tubo neural, como a espinha bífida (323.904 nascimentos), desordens ligadas à hemoglobina, como talassemia e células falciformes (307.897 nascimentos), Síndrome de Down (217.293 nascimentos) ou deficiência da enzima G6PD (177.032 nascimentos).

Primeiro estudo

Segundo a presidente da March of Dimes, Jennifer Howse, "o relatório identifica pela primeira vez os graves, e antes escondidos, números globais sobre defeitos de nascimento".

Segundo o relatório, a incidência desses defeitos é maior em países pobres porque nesses países, as mulheres tendem a ter filhos mais velhas, e o casamento entre parentes é mais comum.

Em países afetados pela malária, uma maior proporção da população tem o gene que aumenta o risco de doenças como célula falciforme e anemia. A March of Dimes afirma que é preciso educar a comunidade, os profissionais de saúde e os responsáveis pelas políticas de saúde nesses países, sobre como diminuir o risco desses defeitos.

Fazer com que as mulheres tenham uma dieta mais saudável e equilibrada em seus anos reprodutivos também teria um pacto significativo, bem como um maior controle de infecções durante a gravidez. Segundo o principal autor do relatório Arnold Christianson, da Universidade de Witwatersrand, da África do Sul, os defeitos em nascimento não têm sido levados em consideração nos esforços para melhorar a saúde das crianças. "Há muito que mesmo os países mais pobres podem fazer para evitar defeitos de nascimento, e chegou a hora de eles começarem a implementar essas medidas."





Fonte: BBC Brasil

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