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Politica Brasil
Quinta - 19 de Janeiro de 2006 às 17:20

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São Paulo - Representantes dos trabalhadores ameaçam paralisar as negociações para a correção do salário mínimo, nos encontros a serem mantidos hoje com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, caso o governo tente separar as negociações do mínimo e a da correção da tabela do Imposto de Renda Pessoa Física. A informação é do presidente do sindicato dos metalúrgicos do ABC, José Lopes Feijóo, que está em Brasília para os encontros. Ele disse à Agência Estado que há "fortes rumores" de que o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, estaria pressionando integrantes do governo para separar as duas negociações.

"Cresceu esse boato e, de antemão, adianto que não aceitaremos esse posicionamento de tratar as duas coisas de forma distinta. Sem a correção da tabela do IR, uma bandeira que nosso sindicato levantou há dois anos e que depois foi incorporada pelas centrais sindicais, não haverá acordo", assegurou Feijóo.

Segundo ele, os dois temas estão "intrínsecos" pois garantem aumento de renda disponível para os trabalhadores. Tanto para aqueles que recebem salários menores, com a correção do mínimo, como para os que recebem vencimentos maiores, pelo reajuste da tabela do IRPF, uma vez que esta correção aumenta a faixa de isenção do imposto como também os valores de dedução com dependentes, gastos com saúde e educação, entre outros. "Minha maior preocupação é a de promover um mecanismo de geração de renda, de termos mais dinheiro no bolso da sociedade", argumentou.

Os sindicalistas reivindicam uma correção da tabela do IRPF de 10%, superando o valor até o momento finalizado pelo governo de 7%, que recupera integralmente a inflação do ano passado e uma pequena parte do resíduo de inflação de outros anos do governo Lula. "Se formos considerar o acordo do ano passado, o reajuste correto seria de 8,6%, de recomposição integral da inflação do ano passado e metade do resíduo de 7% que ainda falta ser corrigido pelo governo Lula. Achamos, porém, que é perfeitamente viável elevarmos o aumento para 10% e diminuirmos o resíduo a ser integrado na correção do próximo ano", explicou.

Quanto à correção do mínimo, está praticamente selado o valor de R$ 350 e a única discussão a ser tratada durante a reunião é a de que se o novo mínimo entrará em vigor em maio, como em anos anteriores, ou se será antecipado para março ou abril. "O mais importante, neste caso, é o estabelecimento de uma política de longo prazo para a transferência da data-base de maio para janeiro. Essa mudança não precisa necessariamente ser feita neste ano, contanto que seja feito um compromisso de longo prazo para que ela aconteça", ponderou.





Fonte: Agência Estado

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