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Economia
Quinta - 12 de Janeiro de 2006 às 07:29
Por: Joana Dantas

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O Banco do Brasil de Mato Grosso (BB/MT) espera reduzir de 25% para até 10%, nos próximos 60 dias, o índice da inadimplência do setor rural da safra agrícola 2004/2005, que compreende o período de julho (2004) a junho (2005).

De acordo com o superintendente de Varejo do BB/MT, Renato Barbosa, a procura dos produtores para regularização da dívida aumentou.

Barbosa informa que até o dia 29 de dezembro, do montante de R$ 2,4 bilhões de operações contratadas na safra passada, R$ 601 milhões ainda não foram pagos.

O problema é mais acentuado nas linhas de financiamento para custeio e CPR (Cédula de Produtor Rural), usado para comercialização da lavoura, as quais representam quase 93%, equivalentes a R$ 557 milhões do montante total da inadimplência. Com custeio são R$ 320 milhões e com CPR 237 milhões. "Muitas operações estão sendo renegociadas, a expectativa é que nos próximos 60 dias a inadimplência fique abaixo de 10%", observou o superintendente do BB.

O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária (Famato), Homero Pereira, afirma que a procura pelas prorrogações da dívida aumentou porque o banco ficou sem saída e teve de reduzir a taxa de juros aplicada no contrato. Ficou estabelecida uma taxa de 8,75%.

"As coisas apertaram para o banco e sobrou dinheiro, ele foi obrigado a ser mais flexível com os produtores mantendo a taxa de juros nos patamares da conta velha", afirma Pereira.

Segundo o presidente do Sindicato Rural de Primavera do Leste (231 km ao sul de Cuiabá), José Nardes, os agricultores não estão com dinheiro para pagar a conta, mas contraindo nova dívida a juros menores para pagar a antiga. "O BB está fazendo mata-mata, teve que abrir negociação em condições mais adequadas", frisou o produtor.

proteção

Para evitar o inesperado e assegurar o rendimento do negócio o produtor rural precisa se prevenir.

O superintendente do Banco do Brasil informa que vai iniciar um ciclo de seminários, entre os dias 16 a 21 de janeiro, com 130 agricultores, para mostrar as opções existentes no mercado financeiro de proteção cambial e de preço. No seminário, ministrado por especialista, serão divulgados os principais mercado futuro e mercado de opções (proteção de preços) e travamento de dólar futuro, além da reapresentação do ACC (Adiantamento de Contrato de Câmbio), linha específica para produtores exportadores.

Segundo Barbosa, dos R$ 2,4 bilhões liberados na safra anterior, apenas R$ 20 milhões em produtos foram protegidos. A expectativa é nesta safra estender a proteção a R$ 100 milhões. “O produtor precisa desenvolver a cultura de proteção do seu negócio, assim como ele faz com sua caminhonete”, disse.

Contratação de crédito já está avançada

Para a safra 2005/2006, o Banco do Brasil já contratou R$ 1,143 bilhão em financiamento até o momento.

O superintendente de Varejo do Banco do Brasil de Mato Grosso (BB/MT), Renato Barbosa, afirma que a expectativa é encerrar o período agrícola com o mesmo volume de operações realizadas no ciclo anterior, R$ 2,4 bilhões. "Devido aos problemas de câmbio, não esperamos aumentar os investimentos, mas acreditamos chegar ao final da nova safra empatados em financiamento com a anterior", observou o superintendente.

O Sistema Financeiro Nacional tem R$ 42 bilhões para aplicar no custeio da safra agrícola, o Banco do Brasil ficou responsável para administrar R$ 27 bilhões. Mato Grosso não tem um valor carimbado, afirma o superintende do BB, depende da demanda.




Fonte: Folha do Estado

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