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Começa colheita em Mato Grosso
Lucas do Rio Verde (360 quilômetros ao Médio Norte de Cuiabá) encerra 2005 mantendo a tradição de alguns anos ao ofertar para o mercado os primeiros grãos da nova safra brasileira de soja. Está começando hoje a colheita da safra 05/06, quando, mais uma vez, o maior estado produtor da oleaginosa no Brasil sai na frente graças à coragem dos produtores estaduais.
O produtor Cláudio Cargnelutti iniciou hoje a colheita dos primeiros 100 hectares (ha) dos 16 mil cultivados com soja neste ciclo. A colheita ainda é tímida, as máquinas tiram do solo, neste momento, soja super precoce, plantada no dia 10 de setembro. Os trabalhos na lavoura seguem tímidos pois, em tempo de crise e escassez de recursos, tudo é feito na certeza.
Cargnelutti foi o pole position da nova safra. O primeiro a plantar é o primeiro a colher. Ele não confirma que a colheita esteja atrasada - no ano passado, a colheita foi feita no início da segunda quinzena de dezembro – “estamos começando hoje para dizer que colhemos ainda em 2005”, justifica o produtor. Apesar do evidente atraso, Cargnelutti explica que houve uma atenção maior às aplicações de fungicidas e que por isso as plantas demoraram mais para atingir o ponto ideal de maturação.
Até agora, “fora as questões financeiras”, o processo de desenvolvimento da lavoura segue sem complicações na região de Lucas do Rio Verde. Foi realizada, até o momento, uma aplicação e meia de fungicida e os 100 hectares a serem colhidos indicam rendimento entre 52 a 55 sacas, “uma produtividade excelente para a variedade precoce", que em geral rende cerca de 10 sacas a menos, se comparada às cultivares de ciclo normal. Ao invés de 120 dias, a super precoce pode ser colhida em 90 dias.
As primeiras 300 a 330 toneladas de super precoce vão quitar débitos do produtor. “Elas haviam sido comercializadas de forma antecipada. Foi isso que possibilitou o plantio, ou melhor, capital para dar início à safra”, explica.
No calendário do produtor, depois deste sábado, a colheita será reiniciada no dia 2, se estende até o dia 10 e, para o dia 12, Cargnelutti prevê a intensificação dos trabalhos. “Ainda não posso estimar quando encerrarei a colheita, vai depender das condições de cada talhão. Se as chuvas vierem com maior rigor, certamente teremos problemas”, avalia.
E por falar em problemas, o produtor revela que, apesar do bom desenvolvimento dos grãos, a conta entre receita e despesa permanece desajustada. “Precisamos de uma produtividade, neste momento, de 60 a 62 sacas para chegar ao ponto de equilíbrio”. Ele conta que a saca na região, mesmo em entressafra, está cotada em cerca de R$ 21,10 mas, descontando impostos, chega livre ao produtor a R$ 20. “Insuficiente para cobrir custos. A saca deveria estar em pelo menos R$ 30”.
Ainda com relação às dificuldades da safra, mesmo seguindo a tradição do cultivo super precoce para ganhar tempo para a safrinha de algodão, Cargnelutti afirma que este plantio ainda é uma incógnita. “Não defini pela safrinha de algodão, cultura que também enfrenta problemas de liquidez”.
CAUTELA - Sem revelar percentuais, o produtor conta que aproveitou as últimas altas do dólar para negociar outras parcelas da produção de maneira antecipada. “Praticamente tudo já está comercializado”, sublinha.
Sem capital suficiente para “levar a safra”, o produtor explica que conseguiu crédito com multinacional, ou seja, com agente privado.
Nesta safra, Cargnelutti está abandonando cerca de 400/ha. “Este volume representa áreas mais antigas e que necessitam de mais investimentos em insumos. Ao invés de reduzir tecnologias, optei por reduzir área”.
A cultura de soja ocupa cerca de 220 mil/ha em Lucas. Desde o ano passado, quando a luz vermelha se acendeu no campo, a adesão a super precoce passou a ser melhor planejada pelo produtor pois, em ano de capital escasso, plantar cedo, sem umidade ideal de solo, significa risco à produção e ao bolso.
O produtor Cláudio Cargnelutti iniciou hoje a colheita dos primeiros 100 hectares (ha) dos 16 mil cultivados com soja neste ciclo. A colheita ainda é tímida, as máquinas tiram do solo, neste momento, soja super precoce, plantada no dia 10 de setembro. Os trabalhos na lavoura seguem tímidos pois, em tempo de crise e escassez de recursos, tudo é feito na certeza.
Cargnelutti foi o pole position da nova safra. O primeiro a plantar é o primeiro a colher. Ele não confirma que a colheita esteja atrasada - no ano passado, a colheita foi feita no início da segunda quinzena de dezembro – “estamos começando hoje para dizer que colhemos ainda em 2005”, justifica o produtor. Apesar do evidente atraso, Cargnelutti explica que houve uma atenção maior às aplicações de fungicidas e que por isso as plantas demoraram mais para atingir o ponto ideal de maturação.
Até agora, “fora as questões financeiras”, o processo de desenvolvimento da lavoura segue sem complicações na região de Lucas do Rio Verde. Foi realizada, até o momento, uma aplicação e meia de fungicida e os 100 hectares a serem colhidos indicam rendimento entre 52 a 55 sacas, “uma produtividade excelente para a variedade precoce", que em geral rende cerca de 10 sacas a menos, se comparada às cultivares de ciclo normal. Ao invés de 120 dias, a super precoce pode ser colhida em 90 dias.
As primeiras 300 a 330 toneladas de super precoce vão quitar débitos do produtor. “Elas haviam sido comercializadas de forma antecipada. Foi isso que possibilitou o plantio, ou melhor, capital para dar início à safra”, explica.
No calendário do produtor, depois deste sábado, a colheita será reiniciada no dia 2, se estende até o dia 10 e, para o dia 12, Cargnelutti prevê a intensificação dos trabalhos. “Ainda não posso estimar quando encerrarei a colheita, vai depender das condições de cada talhão. Se as chuvas vierem com maior rigor, certamente teremos problemas”, avalia.
E por falar em problemas, o produtor revela que, apesar do bom desenvolvimento dos grãos, a conta entre receita e despesa permanece desajustada. “Precisamos de uma produtividade, neste momento, de 60 a 62 sacas para chegar ao ponto de equilíbrio”. Ele conta que a saca na região, mesmo em entressafra, está cotada em cerca de R$ 21,10 mas, descontando impostos, chega livre ao produtor a R$ 20. “Insuficiente para cobrir custos. A saca deveria estar em pelo menos R$ 30”.
Ainda com relação às dificuldades da safra, mesmo seguindo a tradição do cultivo super precoce para ganhar tempo para a safrinha de algodão, Cargnelutti afirma que este plantio ainda é uma incógnita. “Não defini pela safrinha de algodão, cultura que também enfrenta problemas de liquidez”.
CAUTELA - Sem revelar percentuais, o produtor conta que aproveitou as últimas altas do dólar para negociar outras parcelas da produção de maneira antecipada. “Praticamente tudo já está comercializado”, sublinha.
Sem capital suficiente para “levar a safra”, o produtor explica que conseguiu crédito com multinacional, ou seja, com agente privado.
Nesta safra, Cargnelutti está abandonando cerca de 400/ha. “Este volume representa áreas mais antigas e que necessitam de mais investimentos em insumos. Ao invés de reduzir tecnologias, optei por reduzir área”.
A cultura de soja ocupa cerca de 220 mil/ha em Lucas. Desde o ano passado, quando a luz vermelha se acendeu no campo, a adesão a super precoce passou a ser melhor planejada pelo produtor pois, em ano de capital escasso, plantar cedo, sem umidade ideal de solo, significa risco à produção e ao bolso.
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