Repórter News - reporternews.com.br
Internacional
Quinta - 15 de Dezembro de 2005 às 13:42

    Imprimir


As urnas foram fechadas nesta quinta-feira na eleição parlamentar do Iraque, encerrando um pleito histórico que, apesar de alguns incidentes, contou com alto comparecimento dos eleitores.

Os iraquianos escolhem o primeiro governo regular do país desde a invasão liderada pelos Estados Unidos.

Não há data prevista para a divulgação dos resultados finais – nas últimas eleições, a contagem levou duas semanas.

Apesar das rigorosas medidas de segurança em várias áreas do país, foi ouvido um forte estrondo perto da zona fortificada de Bagdá, a chamada Zona Verde, onde fica a sede do governo iraquiano e várias embaixadas ocidentais. Não há notícia de vítimas.

Bombas

Disparos de morteiro foram ouvidos em várias áreas em volta de Bagdá, e há informações de pelo menos dois civis feridos. Em Mosul, um guarda hospitalar morreu quando uma bomba explodiu perto de uma zona eleitoral, dizem testemunhas.

Também houve disparos de morteiros em uma zona eleitoral na cidade natal de Saddam Hussein, Tikrit.

Na véspera da votação, foram descobertas e desarmadas bombas colocadas nas proximidades de várias zonas eleitorais em Bagdá, Falluja e outras cidades, de acordo com fontes militares americanas.

O governo iraquiano repetiu as medidas de segurança adotadas durante o referendo sobre a nova Constituição em outubro.

O governo proibiu a circulação de carros sem autorização especial, fechou as fronteiras internacionais, restringiu as viagens entre as províncias dentro do país e estendeu em três horas o toque de recolher.

As medidas entraram em vigor na terça-feira e continuam até domingo.

Candidatos

De acordo com a Comissão Eleitoral Iraquiana, 7.655 candidatos se inscreveram para disputar os 275 assentos no Parlamento. Eles estão divididos em 307 entidades políticas, agrupadas em 19 coalizões.

Os mais de 15,5 milhões de iraquianos habilitados tiveram a disposição 33 mil zonas eleitorais instaladas no país, além de postos de votação em 15 outras nações para os emigrantes.

Os partidos e outras agremiações políticas registraram mais de 230 mil observadores para estas eleições. O número de monitores independentes chega a 120 mil, incluindo 800 estrangeiros.

As principais coalizões na disputa são a xiita Aliança Iraquiana Unida (do primeiro-ministro Ibrahim Al-Jafari), a Lista de Coalizão do Curdistão (do presidente Jalal Talabani) e a sunita Frente de Acordo Iraquiano.

Entre os grupos de mais peso, há ainda duas listas seculares que unem xiitas e sunitas: a Lista Nacional Iraquiana, liderada pelo ex-primeiro ministro (apontado pelas forças de ocupação) Ayiad Allawi, e Coalizão do Congresso Nacional, liderada por Ahmed Chalabi (ex-aliado dos Estados Unidos mas que acabou se desentendendo com os americanos).

A população já foi chamada a votar duas vezes em 2005. Pouco menos de 60% dos eleitores foram às urnas nas eleições de janeiro, e pouco mais de 60% participaram do referendo que aprovou a nova Constituição.

Mas analistas previam que estas eleições seriam bem diferentes da disputa do início do ano porque o sistema mudou e porque os sunitas – que boicotaram a eleição de janeiro – parecem estar mais interessados na disputa. Há indícios de alto comparecimento nas regiões sunitas do Iraque.




Fonte: BBC Brasil

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/330266/visualizar/