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Economia
Segunda - 12 de Dezembro de 2005 às 23:59
Por: Juliane Ferreira

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A indústria de madeira processada mecanicamente – painéis de compensado, portas, molduras, pisos, madeira serrada, entre outros – está otimista para 2006. Apesar dos problemas enfrentados pelo setor este ano, principalmente, com a valorização do Real frente ao Dólar, os empresários acreditam em uma ação mais agressiva do Governo Federal para a redução da taxa de juros. “Essa é uma medida necessária para que o câmbio reaja e a indústria brasileira volte a ser competitiva no mercado internacional”, defende o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente – ABIMCI, Luiz Carlos Reis de Toledo Barros. Segundo estudo da Confederação Nacional da Indústria - CNI divulgado na semana passada, a perda dos exportadores com a valorização do real frente ao dólar alcançou 48% nos últimos três anos.

As exportações do setor este ano devem terminar empatadas com as de 2004, que somaram pouco mais de US$ 3 bilhões. De janeiro a outubro deste ano, foram exportados US$ 2,5 bilhões, enquanto que no mesmo período do ano passado, US$ 2,4 bilhões. O presidente da ABIMCI esclarece que a sustentação desses valores se deve, principalmente, ao compensado de pinus, já que os painéis de madeira tropical sofreram grande queda nas exportações com a concorrência da China, considerada desleal por empresários de diversos países. Segundo números apresentados há dois meses durante evento promovido pela International Tropical Timber Organization – ITTO e pela Food and Agriculture Organization – FAO, em Pequim, na China, seriam mais de 2.500 fábricas de compensados instaladas nesse país com produção estimada em 25 milhões de m³, dos quais 4,0 milhões são exportados anualmente. A matéria-prima utilizada é proveniente de plantações da região nordeste do país e parte importada da Rússia, Indonésia, Malásia e de países africanos. De acordo com a ITTO, a China importa anualmente 18 milhões de m³ de toras. Representantes da Indonésia e da Malásia presentes no encontro fizeram questão de salientar que o diferencial competitivo dos chineses estaria relacionado ao câmbio muito desvalorizado, à falta de necessidade por parte das indústrias chinesas do pagamento dos financiamentos adquiridos juntos aos bancos oficiais e da importação e do contrabando de toras ilegais.

Para o presidente da ABIMCI, outra mudança imprescindível para alavancar um novo ciclo de crescimento do setor é no valor cobrado pela tora. No caso da matéria-prima pinus, o ideal seria reduzir dos atuais R$ 90 para R$ 70 o metro stereo cúbico da tora de laminação colocada na fábrica. “Os fornecedores precisam se adaptar à realidade do câmbio”, alerta Barros.

Pós-Katrina Passado o momento de euforia com um aumento imediato do preço do compensado de pinus exportado para os Estados Unidos, devido aos estragos causados pela temporada de furacões que atingiu a região sul daquele país, os preços voltaram a cair. De acordo com a ABIMCI, os ganhos iniciais já foram perdidos. A redução chega a 35%. Hoje o compensado de pinus está cotado a US$ 208,15 o metro cúbico, mas chegou, entre setembro e outubro, a US$ 316 o metro cúbico. “Depois da forte especulação gerada pela incerteza dos danos causados às indústrias norte-americanas de compensado, os produtores brasileiros enfrentam agora uma redução dos preços”, afirma Barros. Entretanto, ele acredita que deva haver uma nova reação dos preços nos próximos seis meses, quando a reconstrução das áreas atingidas iniciarem.





Fonte: 24 Horas News

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