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Internacional
Segunda - 05 de Dezembro de 2005 às 18:39

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Um grupo de teólogos e intelectuais de várias nacionalidades se pronunciou nesta segunda-feira em Roma contra a beatificação de João Paulo II. Karol Wojtyla é acusado de reprimir os seguidores da teologia da libertação e de ter sido tolerante com os regimes militares na América Latina.

Em um "pedido público", vários teólogos, filósofos e historiadores criticaram a abertura do processo de beatificação do Papa polonês. A iniciativa foi apresentada durante uma entrevista à imprensa celebrada na sede da agência contestadora italiana Adista.

Entre os manifestantes, figuram o salvadorenho José María Castillo, os espanhóis Jaume Botey, Casimir Martí, Ramón María Nogués, Rosa Cursach, Casiano Floristán, José Ramos Regidor e Juan José Tamayo, assim como a austríaca Martha Heizer e os italianos Giovanni Franzoni, Filippo Gentiloni e Giulio Girardi. "A beatificação de João Paulo II foi proclamada pela multidão durante os funerais do Papa com o grito "Santo já". Cptnudo, em outras partes do mundo, sobretudo em alguns países da América Latina, como Nicarágua, foi recebida de outra maneira por aqueles que foram marginalizados e reduzidos ao silêncio por seguir o caminho de Jesus", declarou Giulio Girardi, que figura entre os assinantes.

Para este teólogo e filósofo italiano, que participou como especialista do Concílio Vaticano II (1963-1965) e da redação da Constituição Pastoral "Gaudium et Spes" (alegria e esperança), a igreja oficial reprimiu duramente a Igreja popular nos anos oitenta "e inclusive se negou a rezar na Nicarágua pelos mortos em combate", lembrou.

Pelo menos sete pontos figuram entre os fatos mais controversos do longo pontificado de João Paulo II (1978-2005). Entre esses fatos, foram incluídos "a tenaz oposição a considerar, à luz do Evangelho, a ciência e a história, algumas normas da ética sexual" assim como a "dura confirmação do celibato eclesiástico", sustenta o "chamado público" contra a beatificação do falecido Papa polonês.

Os requerentes também rejeitaram a "política débil em relação a governos da América Latina - El Salvador, Argentina, Guatemala e Chile -, que perseguiram, marginalizaram e mataram laicos, homens e mulheres, religiosos e religiosas, sacerdotes e bispos que valentemente denunciavam as "estruturas do pecado" de regimes políticos dominantes e seus aliados econômicos".




Fonte: AFP

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