Repórter News - reporternews.com.br
Internacional
Sábado - 03 de Dezembro de 2005 às 09:20

    Imprimir


John Lennon confessa claramente que tanto ele, como George Harrison e Ringo Starr, estavam "de saco cheio de serem acompanhantes de Paul (McCartney)", em entrevista que a Rádio 4 da rede britânica BBC transmitirá em memória pelos 25 anos do assassinato do músico.

As explosivas declarações foram feitas pelo compositor de "Imagine" em entrevista para a revista RollingStone em 1970, ano em que o grupo se desfez, mas só agora a emissora britânica decidiu recuperá-la, transmitindo-a neste sábado.

Os fãs dos "fab four" poderão escutar, em breve, Lennon atacar seu mais famoso companheiro.

"Após a morte de Brian Epstein (agente dos Beatles), Paul tomou o controle e supostamente nos liderava; mas como podia estar à frente se não fazia mais do que vagar sem rumo?", diz Lennon, que foi assassinado em 8 de dezembro de 1980.

Apesar de os quatro terem se separado em 1970, Lennon já garantia na ocasião que a dupla compositora que formava com McCartney havia terminado muito antes, "ao redor de 1962".

"Todos os nossos melhores trabalhos, sem contar os primeiros, como ''I Wanna Hold Your Hand'', foram compostos separadamente", confessa.

Apesar das palavras ácidas ao companheiro, Lennon reconhece o talento de McCartney e lhe deseja um grande futuro.

Ainda na entrevista, o músico e compositor também critica o círculo de pessoas que acompanhavam a banda, o qual qualifica pejorativamente de "Roma portátil" de dinheiro, sexo e drogas e à qual todos "queriam pertencer".

Mas, ao mesmo tempo, pede que não lhes tirassem esse império particular, "onde nós podemos ter casas, carros, amantes, esposas, festas, bebidas e drogas".

Lennon considera que esse círculo foi nocivo para ele e sua segunda esposa, Yoko Ono, e chega inclusive a afirmar que ambos acabaram consumindo heroína pela convivência que tiveram com os Beatles e com as pessoas ao redor do grupo.

"Nós sofremos muito", revelou.

O artista apresenta na entrevista uma imagem bem diferente da aura de "bons meninos" que marcava a banda especialmente no início da "beatlemania" e revela alguns detalhes íntimos da vida do grupo durante as turnês.

"Se não desse para arrumar uma ''groupie'', você pegava uma prostituta", confessa.

Segundo Lennon, há fotos nas quais ele aparece se arrastando, de joelhos, à saída de um prostíbulo de Amsterdã enquanto as pessoas lhe davam bom dia.

Outro alvo do compositor de "Imagine" é o cantor dos Rolling Stones, Mick Jagger, ao qual acusa de plagiar os Beatles.

"Eu gostaria de fazer uma lista do que nós fizemos e do que os Stones fizeram dois meses depois, em cada álbum. Mick nos imitava", ataca Lennon.

O ex-beatle também se queixa do lado negativo do talento, ao afirmar que não há nada de divertido em "ser um gênio", e sim é "uma tortura".

Lennon também fala da felicidade que obteve com Yoko Ono e considera que, após viver muitas experiências diferentes, tinha chegado à conclusão que "não há nada melhor que ter a alguém que te queira ao seu lado".

O falecido beatle concedeu a entrevista ao fundador da "Rolling Stone", Jann Wenner, que considera que a gravação, inédita até agora no Reino Unido, mostra um Lennon mais honrado.

O cantor e compositor morreu quando saía de seu apartamento em Manhattan ao lado de Yoko Ono, em conseqüência dos disparos feitos pelo fã Mark Chapman, a quem poucas horas antes tinha tinha dado um autógrafo.




Fonte: EFE

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/332045/visualizar/