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Repórter News - reporternews.com.br
Esportes
Sexta - 25 de Novembro de 2005 às 12:14

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O ex-jogador norte-irlandês do Manchester United George Best, 59 anos, morreu hoje no hospital londrino de Cromwell, onde lutava por sua vida respirando com a ajuda de aparelhos.

O estado de saúde de Best, internado na sexta-feira após sofrer uma recaída por causa de uma infecção de pulmão, piorou notavelmente nas últimas horas.

"Após uma longa e valente luta, George Best morreu nesta tarde na UTI do hospital Cromwell", destacou um comunicado dessa unidade sanitária.

Best foi internado no hospital no início de outubro com sintomas de gripe, e sua condição piorou com o surgimento de uma infecção de rim, embora posteriormente chegou a receber alta.

Na semana passada, no entanto, foi internado outra vez após ter uma recaída, e os médicos anteciparam há poucos dias que o ex-jogador enfrentaria momentos "críticos".

A equipe médica que atendia o norte-irlandês começou a temer "pelo pior" hoje, após "uma leve deteriorização" no estado de Best.

O ex-jogador foi submetido a um transplante de fígado em 2002 por causa de seu alcoolismo.

Passado

Best era conhecido no Reino Unido tanto por seu inegável talento com a bola como por sua turbulenta vida particular - repleta de saídas noturnas e incidentes envolvendo seu vício ao álcool.

Best chegou inclusive a ser chamado de "o quinto Beatle", por fazer sucesso na mesma época que o famoso grupo de Liverpool.

Nascido em 22 de maio de 1946 em Belfast, ele foi alvo da imprensa sensacionalista britânica, que encontrou em Best todo um filão por seu gosto por uma vida de excessos, incompatível com as exigências do futebol.

Aos 26 anos, envolvido numa enorme polêmica por estes problemas com o álcool e por gostar de mulheres e da vida noturna, Best abandonou os grandes clubes e disputou outras 11 temporadas em clubes menores.

Ninguém nunca questionou seu assombroso talento natural para o futebol, esporte que praticava desde criança pelas ruas de Belfast. Aos 15 anos, ele foi observado por um olheiro que avisou ao então treinador do Manchester United, Matt Busby.

Assim, dois anos mais tarde, em 1963, ele já começava a encantar os torcedores do time de Manchester e, aos poucos, vestia a camisa da seleção da Irlanda do Norte.

Os anos 60 foram gloriosos para o jogador: em 1968, ele ajudou sua equipe a conquistar a Copa da Europa batendo o Benfica e disputou a Copa Intercontinental contra o argentino Estudiantes de la Plata, além de ser eleito o melhor da Europa.

No entanto, sua brilhante carreira em campo bateu de frente com as muitas saídas à noite de Best e seus muitos escândalos, que encheram de material os tablóides - um deles aconteceu em 1984, quando ele foi preso ao brigar bêbado com um policial.

Em 1970, ano em que deixou o Manchester United, Best passou por clubes americanos e posteriormente voltou à Inglaterra, para jogar no Fulham, e atuou pelo escocês Hibernian.

A popularidade de Best nunca se esgotou. O norte-irlandês fez fortuna com um restaurante em Belfast e uma loja de roupas em Londres, mas nunca deixou os problemas com o álcool, que lhe renderam diversas visitas ao hospital.

Seu médico, Roger Williams, chegou inclusive a pedir aos bares britânicos que não servissem mais bebidas a Best, já que estas poderiam acabar com sua vida.

Ele também trabalhou como comentarista esportivo num canal de televisão britânico.

Agora, o ritmo de vida de Best acabou levando à morte esta brilhante figura do futebol, que será sempre lembrada tanto por sua indiscutível qualidade em campo como pela capacidade de arrumar problemas fora dele.





Fonte: EFE

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