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Meio Ambiente
Sábado - 12 de Novembro de 2005 às 13:23
Por: Felipe Werneck

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Felipe Werneck - A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou nesta sexta que o projeto para proteção do Pantanal assinado em 2001 com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), no valor de US$ 82,5 milhões, considerado um dos mais ambiciosos do País na área ambiental, "não era vantajoso do ponto de vista do interesse público, não estava atendendo às necessidades do País".

Marina ressalvou, porém, que o projeto não será cancelado. "Não é dinheiro de graça", disse ela, referindo-se ao fato de o empréstimo exigir uma contrapartida da União no mesmo valor.

De acordo com a ministra, o projeto original não levou em conta determinados aspectos e teve questionamentos ainda na gestão anterior, em relação ao processo licitatório.

"Do ponto de vista geral é um projeto bom, a idéia é boa, temos que ter um programa para o Pantanal, mas o arranjo proposto tinha uma série de dificuldades que estamos procurando reparar", disse ela. "Estamos distribuindo atividades de outros ministérios, como saneamento básico e a questão das estradas, que estavam concentradas somente no Ministério do Meio Ambiente."

Na quinta-feira, a Agência Estado mostrou que o projeto para o Pantanal ainda não saiu do papel. Os US$ 165 milhões deveriam ser gastos ao longo de quatro anos para descontaminar os rios, diminuir o assoreamento, proteger a vegetação, construir estradas, alavancar o ecoturismo e incentivar a economia da maior planície alagada do mundo. Após esse período, o contrato poderia ser renovado por outros quatro anos. Pelos planos iniciais, US$ 400 milhões teriam sido injetados até 2009.

A primeira fase do convênio terminou em setembro deste ano, sem que o projeto tivesse conseguido sair do papel. Dos US$ 165 milhões iniciais, foram gastos apenas US$ 4,6 milhões, basicamente em juros e taxas do empréstimo e em inúmeras consultorias. "Para internalizar os recursos, o governo federal pagava um taxa muito maior do que o que estava sendo disponibilizado para os investimentos", questionou Marina.

A ministra participou, no Rio, da posse do novo gerente-executivo do Ibama no Rio, o ambientalista Rogério Rocco, um dos fundadores da organização não-governamental Os Verdes.





Fonte: Agência Estado

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