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Repórter News - reporternews.com.br
Economia
Terça - 24 de Maio de 2005 às 17:40
Por: NEUSA BAPTISTA

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Cidades, Esporte, Economia, Política. Em todas essas áreas dos jornais – as editorias – o jornalismo científico pode estar presente. Quem afirma é a jornalista e pesquisadora da Unicamp (Universidade de Campinas, São Paulo) Graça Caldas, que em junho vai ministrar um curso sobre o tema para jornalistas de Cuiabá entre os dias 21 e 23.

Ela explica que existem duas formas de conceituar o que seja jornalismo científico. “A resposta mais óbvia é a cobertura de assuntos relacionados ao mundo da ciência e da tecnologia”, observa. “Neste caso, o entendimento mais comum diz respeito às áreas de física, química, biologia e saúde, matemática, astronomia etc.”

Ela frisa, porém, que não se pode deixar de incluir as Humanidades, envolvendo as áreas de Antropologia, Ciências Políticas, Econômicas, Lingüística, Artes, entre outras. Mas, embora a presença das ciências – que é uma realidade no trabalho cotidiano dos jornalistas – esteja envolvida, o que importa é a forma de cobertura dos assuntos. “Uma abordagem científica, com postura cética e crítica diante da informação e rigor metodológico na sua utilização, com precisão e articulação é o ideal”, diz ela, dando um exemplo: quando se faz uma matéria factual de Economia informando que o dólar chegou a R$ 2,90, não se está fazendo jornalismo científico.

Entretanto, quando se parte da informação factual, explicando as razões, contextualizando os fatos com base em dados históricos e de pesquisas na área, se está fazendo jornalismo científico.

DIVULGAÇÃO - Segundo ela, o momento atual é de aumento na divulgação científica, razão pela qual deve-se investir na formação competente e crítica dos profissionais da área. “Esses profissionais não devem se limitar a divulgar a produção da ciência e tecnologia, mas fazê-lo numa perspectiva crítica onde a discussão sobre as políticas públicas de C&T e as opções de alocação de recursos considerem não só o impacto do conhecimento na sociedade, mas a melhoria da qualidade de vida, bem como a utilização da ciência, da tecnologia, como forma de libertação de dependência em relação a outros países”, argumenta ela.

Entre as dificuldades na divulgação da ciência estão o discurso científico, que precisa ser decodificado pelo jornalista e a melhoria da parceria entre o jornalista e o cientista e da competência do profissional da mídia. “É preciso ficar claro para o cientista sua responsabilidade no processo da divulgação competente da produção científica. Para isso um esforço de clareza na disseminação da informação é fundamental”, diz ela. “Embora muitos atribuam a culpa ao jornalista pelas distorções e erros no processo de divulgação científica, parte importante desses erros pode ser credito ao próprio cientista que não entende o processo de produção da mídia e não consegue explicar a sua pesquisa para ao público leigo.”

CURSO - O curso de “Jornalismo Científico” acontece à partir das 19h30 no Centro de Capacitação da Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM) e é promovido pela Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia (Secitec). As inscrições estão abertas até 17 de junho; a ficha de inscrição está disponível no site www2.jornalismocientifico.fhp.com.br. Informações: 613 0109/0100/9954 3565.





Fonte: Assessoria/Secitec-MT

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