Coleta de lixo em Tefé, no Amazonas, está paralisada há 10 dias por causa de liminar da Justiça

Manaus - A coleta municipal de lixo em Tefé, no Amazonas, está interrompida desde o último dia 10, quando uma liminar da Justiça Federal proibiu a prefeitura de depositar os resíduos sólidos urbanos no lixão da cidade, sob pena de uma multa diária de R$ 20 mil. A área fica a apenas dois quilômetros de distância do aeroporto e a presença de urubus trazia risco à decolagem e ao pouso das aeronaves. A liminar foi pedida pelo Ministério Público Federal (MPF), a partir de uma denúncia da Infraero.

Hoje (20), técnicos do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), do MPF, da Infraero e do Serviço Geológico do Brasil visitam o município em busca de uma solução para o impasse. Eles têm a dupla missão de encontrar um terreno onde o lixo possa ser provisoriamente depositado e de identificar o local ideal para a construção de um aterro sanitário.

Tefé é uma cidade pólo da região central do estado, com 69.500 habitantes. Cerca de 54 mil deles vivem na sede do município e produzem diariamente 20 toneladas de lixo. "Há sujeira acumulada a cada esquina, a cidade está cheia de urubus e com um tremendo mau-cheiro. Para não colocar o lixo na rua, nós o estamos acumulando dentro de casa", afirma Jean Nobre, técnico em informática.

A Justiça determinou que a prefeitura deposite o lixo coletado na cidade a uma distância de pelo menos 20 quilômetros do aeroporto. O prefeito Sidônio Gonçalves (PFL) argumenta, entretanto, que é impossível cumprir a ordem. "A única estrada que tem no município, recentemente inaugurada pelo governo do estado, tem somente 14 quilômetros. A prefeitura não dispõe no momento de outro lugar para colocar o lixo coletado".