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Meio Ambiente
Quarta - 18 de Maio de 2005 às 23:04

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São Paulo - Evitar o contato com outras sociedades pode não prevenir os índios brasileiros de serem infectados por determinadas doenças, como a toxoplasmose.

Essa é a conclusão de uma pesquisa realizada no Instituto Oswaldo Cruz (IOC), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro, em que foram comparadas amostras de sangue de tribos com diferentes níveis de contato com populações não-indígenas.

Três grupos fizeram parte do estudo: os Tiriyó (Pará), os Waiãpi (Amapá) e os Enawenê-nawê (Mato Grosso).

O objetivo dos pesquisadores do Laboratório de Toxoplasmose do IOC foi detectar a presença de anticorpos contra o Toxoplasma gondii, o parasita causador da doença.

80,4% infectados “A toxoplasmose se manifestou em maior escala na tribo Enawenê-nawê, independentemente do contato com a população não-indígena”, disse a coordenadora do estudo, a parasitologista Maria Regina Amendoeira.

Os estudiosos verificaram uma taxa de infecção de 80,4% na tribo matogrossense.

Entre as tribos Tiriyó e Waiãpi, as taxas de infecção foram de 55% e 59%, respectivamente. Nesses dois locais, as famílias tinham hábitos sanitários mais parecidos com os de sociedades mais urbanizadas.

Felinos silvestres A hipótese de trabalho de Maria Regina é que as infecções encontradas entre os índios do Mato Grosso são causadas pelas fezes de felinos silvestres.

“Esses hospedeiros definitivos do parasita normalmente habitam as mesmas regiões isoladas onde vivem os índios da tribo Enawenê-nawê”, explica a pesquisadora.

Gatos ou onças silvestres eliminam cistos do T. Gondii no solo dessas regiões menos urbanizadas. A toxoplasmose pode ainda ser transmitida pela ingestão de carnes vermelhas mal-passadas.

Para Maria Regina, esta possibilidade está descartada no caso das tribos estudadas. “No caso dos índios Enawenê-nawê o alto nível de infecção pode ser explicado pelo consumo de água e de vegetais contaminados”, explica.





Fonte: Agência Fapesp

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