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Economia
Quinta - 05 de Maio de 2005 às 17:50
Por: Flávia Albuquerque

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São Paulo – A alta de preços em torno de 1% a 38% de todos os itens pesquisados pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese) é preocupante, alerta a coordenadora da Pesquisa de Preços da entidade, Cornélia Nogueira Porto. O Dieese registrou a alta de 0,50% no Índice do Custo de Vida (ICV) no mês de abril no município de São Paulo. A taxa de abril, mesmo sendo elevada, ficou 0,31 ponto percentual mais baixa do que a registrada em março (0,81%).

Os grupos que mais pressionaram o ICV foram Alimentação (0,27 ponto percentual) e Saúde (0,11 ponto percentual), que contribuíram juntos com 0,38 ponto percentual no total da taxa de abril. No grupo Saúde, a responsável pela alta foi a elevação dos preços dos remédios. Entre as despesas com alimentação (1,05%) o Dieese apurou taxas diferenciadas nos subgrupos. Os produtos in natura e semi-elaborados (+0,30%) subiram menos do que os da alimentação fora do domicílio (+1,43%) e da indústria alimentícia (+1,67%).

Segundo Cornélia, não há um único responsável pela alta porque a taxa se compôs de vários aumentos pequenos. "O aumento pulverizado é preocupante porque pode contaminar os preços e porque não tem uma causa específica. Além disso, é mais difícil combater porque não é focado em um só produto". O destaque maior é para a alta dos preços dos alimentos industrializados porque, segundo ela, não há motivos para que eles tenham aumentado. "Se fossem alimentos in natura poderíamos atribuir esse aumento à sazonalidade, mas nesse caso não há a que atribuir".

Para a coordenadora da pesquisa, os aumentos da alimentação fora do domicílio se devem à preocupação dos proprietários em recuperar possíveis perdas. "Esse setor vinha há muito tempo com uma situação difícil porque aumentou muito o gás de cozinha, a eletricidade, a água e os restaurantes não aumentaram. Este ano, em compensação, eles estão querendo se recuperar". Cornélia acredita que alguns setores que não aumentaram muito seus valores em 2004 queiram nivelar os preços este ano. "Esses aumentos vieram para ficar. O perigo é começar uma corrida".

De acordo com as projeções do Dieese, o ICV do mês de maio deverá ficar próximo do número registrado em abril, já que nenhum produto indica alta. "Os aumentos devem parar porque todos têm medo da inflação e não querem que os consumidores fujam dos mercados". Cornélia estima que não haverá aumento de remédios em maio. "O índice deverá ficar em torno de 0,43%", projeta.





Fonte: Agência Brasil

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