Araci relata supostas irregularidades do governo Júlio César

A vice-prefeita Araci Coelho protocolou na Câmara Municipal de Tangará da Serra e no Ministério Público um documento onde relata possíveis irregularidades no governo Júlio César Ladeia. Segundo a vice-prefeita, ela tem provas de que está acontecendo improbidade administrativa na atual gestão municipal. "De acordo com o artigo 120, já é uma improbidade administrativa contratar a esposa dele como assessora de gabinete recebendo um salário. E outras coisas estão no documento com provas e vocês podem ter certeza que eu não faria nada sem poder provar", destacou a vice-prefeita.

No relato de Araci Coelho consta o relacionamento dela com o prefeito desde a época de campanha, até o último dia como secretária de Finanças. No documento, Araci diz que não havia diálogo com o prefeito. "Não havia diálogo, pois o senhor "O dono da caneta", como costuma dizer a 1ª Dama atual prefeita não compartilhava suas idéias e ou falta delas (...)". Ela ainda diz que por falta de planejar, de ouvir as bases, por ser individualista e de se achar o melhor, tudo segundo ele era culpa da gestão anterior. "Assumimos a prefeitura com contas a serem pagas sim. Mas, com caixa, não pegamos uma prefeitura falida, não!", afirmou a vice-prefeita.

Com relação a demissão de José Flores, o documento relata que o prefeito foi maquiavélico. "Ele alegou apenas que teria perdido a confiança no Flores, pois alguém disse ter ouvido que o secretário de Administração mandou que a Secretária de Fazenda tirasse cópias de documentos da sala do prefeito", disse, indagando ainda que os documentos deveriam ser sigilosos e de conteúdo duvidoso, porque só poderiam ser vistos por pessoas da estirpe e calão do prefeito.

Araci também relata sobre dívida ativa e desperdício de dinheiro, onde afirma que servidores da prefeitura fazem festa com o dinheiro público. A vice-prefeita discorre ainda sobre o secretário de Esporte Ronaldo Bastos. "A sonolência e incompetência do senhor Ronaldo Basto já gerou inúmeros conflitos entre desportitas de nossa cidade, bem como, acabou com os sonhos de muitos jovens atletas, pela sua inoperância administrativa", disse Araci Coelho.

ÁGUA: Na frase "devido a esta mesma água, já correu sangue de inocente em Tangará da Serra até agora, impune", Araci começa a relatar sobre um processo licitatório nº 003/2005, onde apenas uma empresa compareceu, apesar dos valores significantes de serviços a serem contratados de R$ 839.071.21 e publicados por duas vezes no Diário Oficial e na imprensa local.

Araci diz que nesse processo, houve grande interesse por parte do senhor Nivaldo de Araújo, que segundo ela é amigo de confiança do prefeito e responsável pela licitação na Assembléia, em acompanhar, orientar e até formalizar o edital da licitação.

Segundo o relato da vice-prefeita, o senhor Nivaldo faz parte do grupo e de fatos denunciados pelo Ministério Público, quanto a desvio de verbas públicas da Assembléia Legislativa e Prefeitura de Cuiabá. Araci ainda elenca todos os processos e crimes que Nivaldo tem participação.

Para a vice-prefeita, agora quem tem que julgar é a Câmara e o Ministério Público, que estão com todas a provas nas mãos. "Fiz isso objetivando não a cassação do prefeito, mas a moralização de Tangará da Serra", concluiu.

Na próxima edição estaremos abordando na íntegra o assunto e traremos a contrapartida do prefeito Júlio César Ladeia.