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Economia
Sexta - 29 de Abril de 2005 às 18:44
Por: Daisy Nascimento

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Rio - O ex-presidente do Banco Central Gustavo Franco disse hoje que o problema da redução das taxas de juros no país até níveis "civilizados" é antigo e foi enfrentado por ele, inclusive, quando esteve à frente do BC. "Os juros são muito altos sim, há muitos anos. Muitos dirigentes passaram pelo Banco Central e tinham bom coração - eu gosto de pensar que eu pertenço a este grupo -, e nenhum de nós conseguiu reduzir os juros reais para níveis que possam ser considerados civilizados".

Segundo Franco, esse é o maior desafio a ser enfrentado pelos novos economistas, um problema muito complexo, de múltiplas dimensões, e que não depende da boa vontade ou agilidade política. Para ele, a questão não pode ser resolvida "com uma simples canetada" e não basta o presidente do BC ter "sensibilidade" ou "bom coração".

O economista fez as declarações hoje durante a abertura do seminário "Brasil, Política Monetária e de Crédito – Considerações sobre Taxas de Juros", realizado no Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social ( BNDES).

Franco também voltou a defender a independência do Banco Central. Ele criticou o fato de o Conselho Monetário Nacional ( CMN) estar diretamente subordinado ao presidente da República. De acordo com o economista, a meta de inflação é determinada pelo presidente, e cabe ao CMN instruir ao Comitê de Política Econômica (Copom) com qual taxa o Banco Central tem de trabalhar. Ele também defendeu a elaboração de uma "lei clara" sobre a missão e o objetivo do Banco Central, o que, segundo ele, atualmente não existe.

Franco disse ainda que "a ênfase excessiva, dada aos aspectos de tática de política monetária, às vezes deixa de lado os aspectos institucionais de construção da moeda" e finalizou dizendo que " a moeda é tão boa quanto é boa a qualidade das instituições".





Fonte: Agência Brasil

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