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Internacional
Sexta - 29 de Abril de 2005 às 12:04

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O primeiro-ministro do Reino Unido, Tony Blair, tentou hoje desviar os olhares da última polêmica em torno da legalidade da guerra do Iraque e concentrar a campanha eleitoral em suas promessas para a próxima legislatura, baseadas numa economia estável.

O líder trabalhista tomou a ofensiva em assuntos nacionais, atacando os conservadores e o líder deles, Michael Howard, quando nesta manhã as pesquisas atribuíam a Blair a liderança nas intenções de voto para as eleições da próxima quinta-feira. Mas Blair não se mostrou confiante: oposição, imprensa e até pesquisas entre os cidadãos acusam o primeiro-ministro de "mentiroso", sua credibilidade perde a cada dia mais pontos e parte do seu eleitorado ameaça abandoná-lo por causa da invasão do Iraque.

"Basta que um em cada dez eleitores" trabalhistas opte pelos liberais-democratas, terceira força política, para que "isto acabe em um governo conservador", afirmou nesta sexta-feira o candidato a um terceiro mandato num ato em Londres. Ao lado daquele que se transformou no companheiro inseparável de campanha, Gordon Brown, Blair tentou virar a página do "dia negro" vivido na véspera, quando foi divulgado o relatório em que o procurador-geral expressa suas reservas sobre a legalidade da invasão do Iraque, dias antes do início dos bombardeios em 2003.

Blair falou do futuro e de promessas e afirmou que "com os trabalhistas, o país sabe o que ganha: a taxa de desemprego mais baixa em 29 anos, as hipotecas com a menor taxa de juros" em quatro décadas e "o maior período contínuo de crescimento econômico" em dois séculos. Até as eleições, o partido pretende explorar seu ponto mais forte, a economia, com a convicção de que os cidadãos votarão pensando mais em seu bolso do que na política externa britânica.

"Após o último frenesi midiático sobre o Iraque, o público quer voltar ao debate sobre as questões fundamentais que o Reino Unido enfrenta, por isso nos concentraremos na economia e nos serviços públicos", disse um alto assessor trabalhista. No entanto, Blair sabe que sua decisão de invadir o país árabe, tomada há mais de dois anos, pode custar caro agora e beneficiar a única formação que se opôs à intervenção militar: os liberais-democratas.

A este temor soma-se o golpe que representou a publicação do relatório do procurador-geral, Peter Goldsmith, em que defendia que "a via legal mais segura" para atacar o Iraque era contar com o aval de uma segunda resolução da ONU, que nunca chegou. Por esta razão e considerando que as pesquisas profetizam uma conquista histórica para os "libdems", o primeiro-ministro defendeu nesta sexta-feira que estas eleições pode ser resumida no embate "trabalhistas versus tories". "Votar outra coisa é favorecer" os conservadores, disse o líder trabalhista. pesquisa

Uma pesquisa publicada nesta sexta-feira pelo Daily Telegraph dá a Blair 36% dos votos, quatro pontos na frente de Howard, e Kennedy poderia conseguir até 24% dos votos. Apesar da falta de carisma atribuída a este escocês, sua credibilidade se mantém praticamente intacta, ao contrário das de seus oponentes, segundo esta mesma pesquisa. Cerca de 58% dos britânicos acham que Blair mente para conseguir a vitória nas eleições e 51% pensam o mesmo de Howard. Para os trabalhistas, a abstenção também é um possível inimigo, e por isso o ministro da Economia, Gordon Brown, pediu nesta sexta-feira aos eleitores que não fiquem em suas casas na próxima quinta-feira.

"Acho que há uma maioria neste país que apóia" a política trabalhista. "Não deixemos que seja uma maioria silenciosa", disse Brown, que, após o ato em Londres, viajou com Blair para Gales para continuar com a campanha eleitoral.





Fonte: EFE

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