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Economia
Sexta - 22 de Abril de 2005 às 08:17

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O feriado prolongado de Tiradentes esfria os negócios nesta sexta-feira, primeiro dia do mercado após o Copom elevar os juros em 0,25 ponto percentual, de 19,25% para 19,50%. A corrente majoritária dos economistas se inclinava para a manutenção da taxa Selic em 19,25%, no encerramento de um ciclo de alta que se estendeu por sete meses.

A elevação dos juros desagradou analistas do mercado, que não entenderam porque o Copom (Comitê de Política Monetária) não optou por um aperto mais forte na taxa de juros se estava tão preocupado assim com a inflação.

A alta de 0,25 ponto percentual, dizem os especialistas, terá pouco efeito sobre a inflação futura. "Parece que ele quis dizer que vai parar de subir os juros, mas aos poucos", afirmou João Borges, gestor de renda fixa da Máxima Asset Management.

A confusão se torna maior porque o Copom, em sua última ata, já indicava que o ciclo de altas estava próximo do fim, já que a taxa Selic estaria num nível considerado suficiente para controlar a inflação.

Alexandre Póvoa, economista da Modal Asset Management, diz que o Copom pode apresentar duas justificativas para a alta deste mês em sua próxima ata: a alta recente dos indicadores de inflação domésticos e a preocupação com as expectativas inflacionárias, além de alguma menção ao cenário externo.

"O que eu questiono é que, caso o cenário realmente piore em maio [como o Copom talvez espere], o que ele vai fazer? Uma alta de 0,5 ponto não vai adiantar", disse ele.

Nessa visão, o Copom levaria em conta que o cenário externo não mostra sinais de piora e que a economia brasileira já começa a indicar desaquecimento, o que desautorizaria preocupações com a inflação futura.

Para o analista da corretora Concórdia, João Alberto Cabral, o mercado acionário pode corrigir para baixo, já que as apostas majoritárias eram pela manutenção da taxa básica.

Quanto ao dólar, diz o analista, a taxa cambial pode continuar no rumo de queda, "já que o fluxo continuará sendo o fator preponderante num ambiente de juros altos".

Greenspan

Ontem, o presidente do Federal Reserve, Alan Greenspan, afirmou que o déficit orçamentário dos EUA representa uma ameaça à saúde econômica do país no longo prazo.

Em testemunho feito diante do Comitê Orçamentário do Senado, Greenspan fez um novo apelo para que as contas do país sejam colocadas em ordem. Ele fez apenas uma breve menção ao atual estado da economia, dizendo que "a atividade [econômica dos EUA] parece estar se expandindo a um ritmo razoável", comentário já feito em outras ocasiões neste ano.

Ao tratar do déficit fiscal, no entanto, Greenspan disse que a persistência do desequilíbrio nas contas do país podem levar à estagnação econômica ou pior, a menos que a situação seja revertida.

"O orçamento federal caminha em um ritmo insustentável, no qual grandes déficits resultarão na elevação das taxas de juros e em pagamentos ainda maiores de juros, que aumentarão o déficit no futuro", disse.

A situação do déficit federal fica ainda mais séria se considerados as quase 80 milhões de pessoas da geração dos "baby boomers" --a geração de norte-americanos nascidos entre 1946 e 1964--, prestes a se aposentar em 2008.

Em 2004, o déficit federal chegou a US$ 412 bilhões (R$ 1,049 trilhão) e para este ano, a projeção é de US$ 427 bilhões (R$ 1,088 trilhão).





Fonte: 24 Horas News

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