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Saúde
Quinta - 21 de Abril de 2005 às 07:17

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Células desenvolvidas em laboratório representam uma ameaça em potencial para o desenvolvimento de cânceres, segundo artigo que será publicado na edição de sábado do semanário científico britânico New Scientist. A descoberta ofuscou as acaloradas discussões sobre o uso de tecidos versáteis conhecidos como células-tronco para curar doenças incapacitantes.

Células-tronco prometem revolução na Medicina

A preocupação se volta para células-tronco adultas, vistas como uma alternativa às polêmicas células-tronco embrionárias: a fonte mais versátil de todas.

Dois novos estudos sugerem que se as células-tronco adultas se replicam muitas vezes em laboratório, elas correm o risco de desenvolver tumores.

As células que se dividem entre 90 e 140 vezes em laboratório desenvolveram cânceres quando transplantadas em animais de laboratório, revelou um estudo realizado por uma equipe da Universidade Autônoma de Madri.

Médicos do Hospital Universitário de Odense, na Dinamarca, suspeitam que, depois de um certo número de divisões, os genes se agitam na célula que começa a produzir uma enzima chamada telomerase e esta, eventualmente, pode se tornar cancerosa.

É preciso fazer pesquisas complementares para determinar qual é o número certo de divisões antes que a idade das células representem um risco.

As células-tronco adultas da medula são freqüentemente usadas como tratamento experimental para problemas cardíacos.

No entanto, devem ser seguras porque as células se desenvolvem durante um curto espaço de tempo dentro do corpo antes de serem inseridas de volta no tecido humano, segundo o artigo.

Até agora, acreditava-se que apenas células embrionárias apresentassem um risco para o câncer. Em um estágio muito remoto, elas podem formar cânceres agressivos chamados teratomas se injetados em uma cobaia.

As células-tronco são células imaturas que podem formar qualquer tecido humano. Em seu estágio remoto, elas ainda precisam se diferenciar em células específicas que formarão os vários tecidos humanos.

O objetivo entre os cientistas é coletar estas células e fazê-las se desenvolver em tecido novo que poderia ser transplantado dentro do corpo para reverter danos de cérebro, nervos, músculos e órgãos.

As células-tronco mais versáteis provêm de embriões em seu estágio mais remoto, quando podem formar qualquer parte do corpo.

Mas as células embrionárias também provocaram objeções ferozes de grupos religiosos conservadores que afirmam que agrupamentos de células embrionárias têm o mesmo valor da vida de um ser humano completo.

Como resultado, muitos países, inclusive os Estados Unidos, impuseram restrições sobre o uso e as fontes de células-tronco embrionárias e no financiamento de pesquisas.

Os cientistas têm voltado seus olhares para as células-tronco de tecidos adultos, como sangue, medula e fígado para evitar o problema.




Fonte: AFP

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