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Argentino é condenado a 640 anos de prisão por "guerra suja"
A Suprema Corte da Espanha sentenciou na terça-feira um ex-capitão da Marinha da Argentina a 640 anos de prisão por crimes contra a humanidade, condenando-o por atirar prisioneiros políticos de aviões durante a "guerra suja" na Argentina.
Adolfo Scilingo, 58 anos, foi colocado em julgamento na Espanha, o primeiro no país sob as leis que permitem o processo de crimes cometidos em outros países.
"Sem dúvida que essa é uma sentença histórica para um julgamento histórico. Estamos extremamente satisfeitos", disse Carlos Slepoy, advogado de vítimas que entraram com o processo.
"Essa é uma Justiça parcial para os 30 mil desaparecidos", disse Andrea Benites-Duomont, que foi sequestrada pelo Exército argentino.
O defensor público de Scilingo disse que seu cliente foi levado injustamente a responder por todas as atrocidades cometidas durante a "guerra suja" de 1976-83 por uma junta militar que combatia a insurgência esquerdista. Ele disse que apelaria da decisão.
Scilingo foi considerado culpado de ajudar a matar 30 pessoas em dois "vôos da morte" nos quais prisioneiros sedados e nus eram atirados dos aviões ao mar.
"Em uma brincadeira especialmente mórbida eles os fizeram (os prisioneiros) dançar músicas brasileiras", disse a sentença. Ela também detalhou como oficiais torturavam vítimas com choques elétricos que queimavam a carne em sessões conhecidas como "churrasco".
Scilingo recebeu 30 condenações de 21 anos de cadeia pelas mortes e cinco anos para cada uma das outras acusações. Porém, pela lei espanhola, ninguém pode permanecer mais de 30 anos na prisão. Os promotores haviam pedido uma pena de 9.138 anos.
A Anistia Internacional disse que a decisão "confirma a norma fundamental da lei internacional, de que todos os Estados têm jurisdição universal para julgar crimes contra a humanidade".
"Além disso, ela combate a impunidade que reina tradicionalmente na Argentina", disse um comunicado.
Scilingo, que foi à Espanha voluntariamente em 1997 para testemunhar, disse ao juiz Baltasar Garzón e a repórteres em dezenas de entrevistas que ele teve participação nos "vôos da morte", mas posteriormente desmentiu a história, disse que era uma mentira elaborada e clamou inocência.
Scilingo permaneceu sentado com sua cabeça abaixada enquanto a sentença era lida e depois foi retirado por guardas. Um homem na galeria gritou: "Assassino, apodreça na prisão".
A Suprema Corte da Espanha garantiu poderes para julgar suspeitos de genocídio, terrorismo ou tortura cometidos em qualquer lugar do mundo se vítimas espanholas estiverem envolvidas.
Adolfo Scilingo, 58 anos, foi colocado em julgamento na Espanha, o primeiro no país sob as leis que permitem o processo de crimes cometidos em outros países.
"Sem dúvida que essa é uma sentença histórica para um julgamento histórico. Estamos extremamente satisfeitos", disse Carlos Slepoy, advogado de vítimas que entraram com o processo.
"Essa é uma Justiça parcial para os 30 mil desaparecidos", disse Andrea Benites-Duomont, que foi sequestrada pelo Exército argentino.
O defensor público de Scilingo disse que seu cliente foi levado injustamente a responder por todas as atrocidades cometidas durante a "guerra suja" de 1976-83 por uma junta militar que combatia a insurgência esquerdista. Ele disse que apelaria da decisão.
Scilingo foi considerado culpado de ajudar a matar 30 pessoas em dois "vôos da morte" nos quais prisioneiros sedados e nus eram atirados dos aviões ao mar.
"Em uma brincadeira especialmente mórbida eles os fizeram (os prisioneiros) dançar músicas brasileiras", disse a sentença. Ela também detalhou como oficiais torturavam vítimas com choques elétricos que queimavam a carne em sessões conhecidas como "churrasco".
Scilingo recebeu 30 condenações de 21 anos de cadeia pelas mortes e cinco anos para cada uma das outras acusações. Porém, pela lei espanhola, ninguém pode permanecer mais de 30 anos na prisão. Os promotores haviam pedido uma pena de 9.138 anos.
A Anistia Internacional disse que a decisão "confirma a norma fundamental da lei internacional, de que todos os Estados têm jurisdição universal para julgar crimes contra a humanidade".
"Além disso, ela combate a impunidade que reina tradicionalmente na Argentina", disse um comunicado.
Scilingo, que foi à Espanha voluntariamente em 1997 para testemunhar, disse ao juiz Baltasar Garzón e a repórteres em dezenas de entrevistas que ele teve participação nos "vôos da morte", mas posteriormente desmentiu a história, disse que era uma mentira elaborada e clamou inocência.
Scilingo permaneceu sentado com sua cabeça abaixada enquanto a sentença era lida e depois foi retirado por guardas. Um homem na galeria gritou: "Assassino, apodreça na prisão".
A Suprema Corte da Espanha garantiu poderes para julgar suspeitos de genocídio, terrorismo ou tortura cometidos em qualquer lugar do mundo se vítimas espanholas estiverem envolvidas.
Fonte:
Reuters
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/345207/visualizar/
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