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Repórter News - reporternews.com.br
Cultura
Quinta - 14 de Abril de 2005 às 10:39
Por: NAIARA MARTINS

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“Nossa produção não é muito elaborada. Nós trabalhamos na raça”. Com essa expressão, o cantor e ator Edmilson Maciel encerrou a apresentação de seu trabalho cênico-musical “Mato Grosso”, encenado no auditório da secretaria de Estado de Infra-estrutura (Sinfra), no início desta semana. Segundo ele, a idéia de produzir um musical que retrate as potencialidades do estado, destacando suas expressões culturais partiu da percepção de que a arte mato-grossense precisa ser incentivada e realçada não apenas no cenário local, como também nacional. “Mato Grosso é rico em todas as potencialidades, econômicas, turísticas, gastronômicas e inclusive culturais, e isso precisa ser divulgado”, afirmou Edmilson.

A peça faz parte do projeto “Terça Cultural”, realizado todas as primeiras terças-feiras de cada mês pela secretaria. O projeto possui a intenção de valorizar a cultura do estado, muitas vezes desconhecida, além de levar aos funcionários do órgão momentos de descontração e contato com a arte.

Em seu repertório, temas como a beleza pantaneira, a preservação ambiental e a valorização humana são constantes nas rimas do artista. A composição do cenário conta a história de Mato Grosso, revelando detalhes da cuiabania, com destaque para a imagem de São Benedito, sempre presente nas apresentações do artista. Em meio a diversos painéis impressos com detalhes de momentos da cultura cuiabana, um cantinho especial também é reservado à viola de cocho, peça indispensável nas serestas da capital.

No espetáculo, são abordados diversos elementos que compõem o painel cultural de Cuiabá, como a viola de cocho, o índio, a natureza, a religião - marcante nas representações culturais. Por ofício, a viola de cocho é responsável pela marcação do ritmo que orienta a alegria do povo pantaneiro. Tombada pelo Ministério da Cultura em dezembro do ano passado, a viola é considerada patrimônio histórico do país. Entre os vários elementos tombados no mesmo período pelo ministério, a viola de cocho mato-grossense, instrumento artesanal característico do Centro-Oeste, foi considerada de grande relevância nacional, uma vez que sua tradição por anos mantida faz parte dos registros da história do Brasil. Em sua história, há quem defenda que a viola tenha vindo de São Paulo, acompanhando a expansão bandeirante rumo a região centro-oeste. Sua utilização está sempre ligada a manifestações religiosas, que acabam se fundindo a expressões populares, como a dança de São Gonçalo, ladainhas, rasqueado, festa de São Benedito, cururu e siriri. RIQUEZAS CULTURAIS – O conceito de arte popular tem sido amplamente discutido por artistas, produtores e críticos. Essas discussões trouxeram uma nova compreensão para “arte popular”, a qual passou a ser tratada como a expressão produzida por pessoas que, mesmo sem terem freqüentado escolas de arte, produzem obras de reconhecido valor artístico. Seus autores, na maioria das vezes, são representantes do povo, o que se traduz na maioria das vezes, em poucos recursos econômicos.

Desta forma, Mato Grosso possui uma grande legião de artistas disseminados pelas mais diversas áreas como, música, escultura, culinária, confecções de roupas, dança e pintura. São artistas, não apenas pela capacidade de transformar o trivial em peças de admiração, mas pela habilidade em contornar os limites sócio-econômicos.

Diversos elementos marcam a cultura cuiabana. Na culinária cuiabana, por exemplo, as sobremesas ainda são o grande destaque, com destaque a tradicional paçoca de pilão, doce de caju, furrundu, queijadinha e o caju cristalizado; já os pratos principais são representados pela muqueca de pintado e o pacú assado. A ornamentação fica por conta do artesanato, como, a confecção de telas, bordado, escultura e rendas, todos produzidos a partir de motivos cuiabanos, como o cajú, o girassol, a onça, a garça, a viola de cocho, entre outros.




Fonte: Assessoria/Sinfra-MT

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