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Economia
Quinta - 07 de Abril de 2005 às 21:50
Por: Raquel Teixeira

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Mato Grosso mais uma vez superou o índice de cobertura vacinal contra febre aftosa na primeira etapa da campanha realizada durante o mês de fevereiro deste ano, sendo imunizadas mais de 5 milhões de cabeças de bovinos entre 0 e 12 meses. O índice de 94,68% representa um crescimento de quase 105% em relação à vacinação de 2004, quando foram vacinados 85,58% do rebanho.

O trabalho realizado pelo Instituto de Defesa Agropecuária do Estado (Indea), em parceria com instituições privadas como a Famato, através do Fundo Emergencial de Febre Aftosa (Fefa), representa para Mato Grosso a preocupação que o Governo tem com a sanidade animal, ao investir neste ano, somente de recursos do Estado, R$ 32 milhões em ações para combater a aftosa, enquanto que do Governo Federal a verba orçada para este foi contingenciada.

O presidente do Indea, Décio Coutinho, credita parte do resultado à insistência dos órgãos envolvidos em fiscalizar as propriedades, além do empenho de todos os produtores rurais. Mais de 99 mil propriedades rurais comunicaram a vacinação ao Indea, enquanto que 1% restante teve o controle vacinal assistido pelo órgão após a finalização da campanha, assegurando assim, que 295 mil cabeças fossem imunizadas, garantindo sanidade total ao rebanho.”Uma cabeça que fica sem vacina coloca em risco todo o rebanho, por isso buscamos certificar aquele produtor que age de forma correta e correr atrás daqueles que não vacinam em tempo hábil”, afirmou Coutinho.

O resultado da primeira etapa é considerado excelente tendo em vista o crescimento registrado nos últimos seis anos referentes a essa primeira etapa de vacinação, considerando ainda, que entre 2004 e este ano não houve reajuste no preço das vacinas, que estão entre R$ 0,97 e R$ 1,05. Entre 2000 e 2005 a cobertura vacinal cresceu quase 100%. Em 2000 o índice era de 55,60% em um rebanho de 5,3 milhões de cabeças.

RECURSOS - Os investimentos em sanidade animal representam muito mais que a garantia de um rebanho livre da doença para o Brasil, em especial para Mato Grosso, que além de ter o maior número de bovinos do País, é também o segundo em exportação de carne ‘in natura’. O contingenciamento de recursos por parte da equipe econômica federal, que determinou corte de despesas em diversas áreas de investimentos, afeta toda a cadeia produtiva da pecuária, o que pode causar reflexos também na balança comercial brasileira.

O segmento necessita de investimentos constantes, principalmente, em razão de o País ter Estados, e ainda nações vizinhas, que ainda não controlaram por completo ou erradicaram a aftosa de seus rebanhos.

Os recursos destinados pelo Estado à sanidade animal representam muito mais do que o alocado pela União em todo o território brasileiro para as mesmas ações. Mato Grosso irá aplicar neste ano R$ 34 milhões no combate à aftosa, sendo 32 milhões dos cofres estaduais e R$ 2 mi do Fefa. Já a União havia destinado R$ 68 milhões, porém, 80% do recurso foi contingenciado, prejudicando sensivelmente as ações contra a doença em todo o País. Mato Grosso que havia solicitado R$ 10 milhões, teve aprovado R$ 4 milhões, divididos em três parcelas, mas agora sem previsão de quanto e quando receberá o recurso.

O recurso aplicado pelo Governo Federal – R$ 1,074 mi – em ações contra a aftosa em 2004 no Estado representa um investimento de menos de dez centavos por cabeça. “Recebemos verbas infinitamente menores do que o alocado. O Mapa já deu o alerta, pois são ações que não podem ser paralisadas, desestruturando o programa nacional. Esperamos que a equipe econômica possa ser sensibilizada, para que possamos garantir um trabalho de qualidade como tem sido feito até agora”, observou Coutinho.

Na próxima semana, representantes dos órgãos de defesa animal do País e do Ministério da Agricultura, se reúnem com parlamentares da Comissão de Agricultura e Pecuária da Câmara e do Senado para solicitar da equipe econômica do Governo Federal definição quanto ao contingenciamento dos recursos.




Fonte: Secom - MT

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