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Politica Brasil
Quarta - 06 de Abril de 2005 às 18:00
Por: Juliana Cézar Nunes

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Brasília – Em julho do ano passado, o embaixador Valter Pecly Moreira deixou a missão do Brasil junto à Organização dos Estados Americanos (OEA) para assumir a embaixada brasileira no Paraguai. Dois meses depois, desembarcou em Assunção com um desafio estabelecido pelo presidente Lula: reinaugurar as relações com o governo paraguaio. "São relações que sempre foram boas, mas que o presidente Lula queria que se transformasse em algo muito especial, para construirmos uma agenda positiva", conta Pecly.

Na semana passada, a assinatura de um acordo com medidas para solucionar impasses na Ponte da Amizade parece ter selado o novo momento. Os termos estabelecidos são resultado de uma longa negociação, intensificada no início de março por uma missão chefiada pelo subsecretário-geral de América do Sul, Luiz Felipe Macedo Soares. Trinta dias depois, as duas partes iniciaram novos encontros, desta vez coordenados pelo embaixador brasileiro na capital Paraguaia.

"Foram três dias de difíceis negociações, mas com resultados extremamente positivos no final. Pela primeira vez em muito tempo, Paraguai e Brasil estão unidos em uma política comum", comemora Pecly. "O discurso dos dois países se unificou, não é idêntico, mas muito similar. Há um consenso sobre a necessidade de combater uma série de crimes e terminar com imagem a terrível da região, até mesmo internacionalmente."

No início das discussões, os paraguaios entendiam as medidas de repressão ao contrabando com um estrangulamento à economia local. Exigiam um aumento da cota de compras para os turistas brasileiros US$ 150 para US$ 500. Além disso, não levavam em conta o impacto social das leis sobre migração que proíbem brasileiros não-residentes no Paraguai trabalharem em Ciudad Del Este.

"No documento com as medidas de contingência acertadas, aumentamos a cota para US$ 300. O valor que eles pediam era uma impossibilidade técnica pelas normas do Mercosul", explica o embaixador Valter Pecly. "O Brasil também se propôs a criar um terceiro turno na Ponte para o escoamento da produção agrícola Paraguaia, prejudicado pelo tumulto na ponte. Concordamos em fazer isso debaixo de regras claras e específicas. Nesse e em vários sentidos, as duas alfândegas passaram a trabalhar de maneira integrada."





Fonte: Agência Brasil

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