Helmut Laswich: "Personalidade peculiar a delitos e desvios"

A condenação a 4 anos e meio de prisão para Helmut Augusto Lawisch pode não ter sido tão dolorosa quanto as ponderações feitas pelo juiz Julier Sebastião da Silva, da 1ª Vara da Justiça Federal. Em seu despacho, o magistrado lembrou que o Helmut “é dado a praticas delitivas similares” e assinalou que tal comportamento “demonstram que a sua personalidade mostra-se peculiar à consumação de delitos e desvios pertinentes a contratos de estocagem de produtos vinculados a operações de financiamento de safras”.

Ao processo que condenou Helmut foram apensadas indicações de que em outras ocasiões o empresário rural já havia agido de forma desproporcional. Segundo Julier, nota-se na ação que a culpabilidade de Helmut “mostra-se sujeita a elevado grau de reprovabilidade”, sendo certa a sua responsabilidade de zelar e entregar de forma regular o produto que lhe fora confiado no âmbito de um programa governamental federal.

“Os motivos do crime, a seu turno, são extremamente reprováveis” – disse o juiz. Ele ressaltou que os delitos de desvio de grãos consumaram-se apenas para que o empresário-político pudesse enriquecer-se à custa do erário federal e de prejuízo aos programas federais de financiamento da agricultura. “Entre as circunstâncias do crime, tem-se por digno de registro a quantidade de produto que fora desviado, chegando-se a vários milhões de kilogramas de milho em grãos” - assinalou.

A conduta de Helmut – acrescentou o juiz federal – “gerou conseqüências negativas para a materialização das operações EGF, colocando em risco parcela significativa dos recursos destinados ao financiamento da safra agrícola, além de ter imposto severo prejuízo à Conab e aos cofres públicos federais”. Por fim, disse Julier, “não se pode desconhecer a conduta do agente ativo, que não procurou diminuir as repercussões de suas ações em momento algum, não restituindo o produto faltante e nem pagando o equivalente em dinheiro até a presente data”.