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Internacional
Terça - 05 de Abril de 2005 às 20:14

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Milhares de sudaneses se reuniram nesta terça-feira, em Cartum, para protestar contra a resolução do Conselho de Segurança da ONU, que pede que os acusados de crimes em Darfur, no oeste do Sudão, sejam julgados pelo Tribunal Penal Internacional (TPI). No protesto - convocado por várias organizações sociais e sindicatos, sob o lema "A Marcha da Ira" - os manifestantes entoaram gritos de "morte aos EUA e à França". Os dois países foram os patrocinadores da resolução.

Os manifestantes também carregavam cartazes onde pediam ao governo do presidente sudanês, Omar Hassan Ahmad al-Bashir, para não entregar nenhum compatriota ao TPI. Os protestantes afirmam que a medida internacional "equivale a um retorno do colonialismo ocidental", por isso convocaram o mundo árabe e islâmico para evitar que ocorra no Sudão "o mesmo que no Afeganistão e no Iraque".

A passeata gerou conflitos com a polícia quando os manifestantes tentaram avançar em direção à embaixada do Reino Unido. Com cavalos e bombas de gás lacrimogêneo, os policiais obrigaram os manifestantes a recuar.

As autoridades sudanesas, que consideram "injusta" a resolução da ONU, ainda não informaram se alguém foi ferido ou preso durante o protesto.

Al-Bashir disse no sábado passado que a decisão das Nações Unidas "marca a queda da organização internacional" e jurou que nunca entregará cidadãos de seu país para serem julgados no exterior.

A resolução, aprovada na quinta-feira com 11 votos a favor e 4 abstenções (Brasil, EUA, China, e Argélia), determina que os responsáveis por crimes e atrocidades cometidos na região desde 1º de julho do 2002 devem ser levados à procuradoria do TPI, em Haia.

A decisão internacional foi apoiada pelo Movimento pela Justiça e a Igualdade (MJI) e pelo Movimento da Libertação do Sudão (MLS), os dois grupos que protestaram em fevereiro de 2003 pelos acontecimento na região de Darfur.

Desde então, os enfrentamentos dos rebeldes com o Exército sudanês e com as milícias "Janjaweed", aliadas do governo de Cartum, deixaram mais de 180.000 mortos e levou ao deslocamento interno de cerca de duas milhões de pessoas.





Fonte: EFE

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