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Internacional
Terça - 05 de Abril de 2005 às 19:40

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A multidão de fiéis que está chegando a Roma por causa da morte do papa João Paulo II pode preocupar os responsáveis pela segurança, mas anima a comunidade de comerciantes da cidade. A morte do líder dos mais de 1 bilhão de católicos no mundo criou um "boom" para a indústria do turismo em Roma, atraindo centenas de milhões de euros de uma inesperada receita.

A população de Roma, que durante o dia já aumenta para 4 milhões de pessoas, pode chegar ao dobro disso até o fim da semana, segundo autoridades, conforme mais e mais gente chega para o velório público do papa e seu enterro, na sexta-feira. Os hotéis estão tão lotados que os mais importantes estão até expulsando hóspedes, segundo uma fonte, para abrir espaço para autoridades estrangeiras. Os hotéis mais baratos estão tão cheios que os hóspedes estão sendo mandado para acampamentos montados pela prefeitura.

"Não conseguimos encontrar nada, então estamos aqui", disse a universitária siciliana Maria Concetta, em uma das barracas azuis da cidade improvisada ao sul do centro histórico de Roma.

Na Cidade do Vaticano, Francesca Graziosi, 70 anos, comprava 30 euros em cartões postais com a imagem do papa João Paulo II, que morreu no sábado aos 84 anos de idade. Ela também encomendou pôsteres do pontífice.

Um lojista disse que o estabelecimento teve que mandar buscar mais fotos, e o carregamento era esperado. "Pode parecer muito", disse Graziosi, "mas nunca quero esquecê-lo."

Nazareno Sacchi, presidente da associação de restaurantes de Roma, disse que os cafés, principalmente os mais baratos, estão recebendo um número enorme de clientes, só visto no Jubileu católico, em 2000. A diferença é que desta vez não houve tempo para eles se prepararem. "Eles tiveram de aumentar as encomendas de tudo aos fornecedores", disse Sacchi, citando uma lista que vai de refrigerantes a doces.

A explosão de demanda também tem um lado ruim, alertam os grupos de defesa do consumidor: a alta de preços.

Erminia Cozza, advogada do grupo Codacons, disse que comerciantes próximos à praça São Pedro estão se aproveitando da ignorância dos turistas para aumentar os preços. O café expresso está custando mais que o dobro do preço comum perto do Vaticano. A água mineral é vendida a preços 600% maiores que o do supermercado, afirmou. "É uma vergonha para a Itália", disse.





Fonte: Reuters

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