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Repórter News - reporternews.com.br
Cultura
Segunda - 04 de Abril de 2005 às 08:58
Por: Karla Dunder

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O Balé Stagium, uma das mais tradicionais companhias de São Paulo, nada menos que 33 anos de estrada, conseguiu via Lei Rouanet a aprovação do Ministério da Cultura para captação de verbas para o projeto Memória Viva e Interativa do Ballet Stagium, considerado pela comissão do Minc como um dos destaques pela importância social que representa. A proposta dos diretores Marika Gidali e Décio Otero é disponibilizar para toda a classe de dança e para o público em geral, o material reunido e pesquisado durante os anos de existência da companhia.

Desde os primeiros passos do Stagium até hoje, os diretores guardaram todo o material publicado na imprensa, vídeos, fotos, diários de viagens, prêmios e programas de espetáculos. "Pretendemos organizar toda essa documentação, catalogar e depois disponibilizar para o público. No momento, tudo está abarrotado nos armários. Acredito que esse será um trabalho de pelo menos um ano, com um equipe especializada. A idéia é que este seja um trabalho minucioso", diz Marika. Ainda segundo a diretora, o projeto está orçado em R$ 600 mil. "Pretendemos que esse material possa ficar na sede do Balé, mas nada impede que depois seja removido para um outro local, como uma universidade." O Stagium também deve lançar um livro sobre a história da companhia e Marika faz mistério sobre o nome do autor. De qualquer maneira, o importante deste projeto é resgatar a memória de um grupo que marcou a história da dança brasileira.

A companhia conta com patrocínio da Petrobras e com o apoio do Instituto Camargo Corrêa para projetos sociais, como o Joaninha, que leva meninos e meninas carentes para a sede do grupo e utiliza a dança como instrumento para a formação de cidadãos. O Stagium está com a agenda cheia, deve estrear no segundo semestre uma nova coreografia inspirada em canções de Chico Buarque, ainda em fase de pesquisa. O Joaninha também promete surpresas com a estréia de Batucada Fantástica, que parte de uma pesquisa sobre o período colonial e danças românticas. O grupo infanto-juvenil cresceu, hoje conta com cerca de 40 artistas mirins, já possui repertório próprio e um segundo elenco, com meninos e meninas que variam de 8 a 12 anos - eles apresentam Ilhas de Santa Cruz e Atravessando a Floresta. Marika observa que a companhia ainda deve fechar uma parceria com a Secretaria Estadual de Educação para dar continuidade ao projeto Dança Educação, que leva a experiência da dança para professores da rede pública.

O Cisne Negro, outra companhia tradicional, busca apoio para seus projetos sociais. O grupo conta com patrocínio Petrobras para manutenção e apoio da Gol para turnês pelo Brasil. Porém, para pôr em ação projetos como o curso Vem Dançar oferecido a professores da rede pública, o grupo busca apoio. O projeto traz em seu programa a idéia de mostrar como a dança, a música, a voz e outras expressões artísticas podem contribuir para uma educação mais criativa e atuante. Além de uma cartilha, os professores, que vão para a sede da companhia, assistem a aulas com psicólogos, educadores, bailarinos e músicos.

Fora os projetos sociais, o Cisne Negro está a todo vapor: já ensaia uma coreografia montada por Rui Moreira, cujo o argumento é a relação de tempo, as violas e a tradição brasileira. O coreógrafo que já brilhou na companhia e no Grupo Corpo, deu espaço para os bailarinos criarem, improvisarem e darem idéias. A estréia está prevista para o mês de junho no Teatro Municipal.

Levar a dança para jovens carentes também é uma das metas do Balé da Cidade para este ano. Por meio da Associação de Amigos do Balé, os interessados podem apoiar projetos como o Educar Dançando, que levou no ano passado os experientes bailarinos da Cia 2 para o Jardim ngela, onde, por uma semana, trabalharam juntos com os garotos da comunidade. Depois, os jovens foram para as salas de ensaio do balé. "Para dar seqüência às ações, precisamos ter verba pelo menos trazer e levar a garotada. Pretendemos dar continuidade ao projeto, até mesmo com jovens de outros lugares, outros grupos," diz a diretora artística da companhia Mônica Mion. Esse projeto consiste na troca entre os artistas e os meninos, mais que encontrar novos talentos para a dança, os bailarinos mostram novos caminhos, dão oportunidade a esses jovens conhecerem expressões artísticas diferentes e darem vazão à criatividade.




Fonte: AE

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