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Repórter News - reporternews.com.br
Internacional
Sábado - 02 de Abril de 2005 às 09:02

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O estado de João Paulo II, de 84 anos, continua gravíssimo e o papa começou a perder a consciência, "mas não está em coma, às vezes, quando se fala ele reage e abre os olhos".

Esta foi a informação dada neste sábado pelo porta-voz vaticano, Joaquín Navarro Valls, que afirmou que João Paulo II não celebrou missa, mas que houve uma em sua presença. Ontem, o porta-voz afirmou que o Pontífice tinha celebrado a missa, o que mostra o agravamento da saúde do Bispo de Roma.

"As condições gerais, cardio-respiratórias e metabólicas do Santo Padre se mantêm substancialmente inváriaveis e, portanto, gravíssimas. Desde o amanhecer de hoje começou a se observar um começo de perda da consciência. Nesta manhã, às 7.30 horas (02.30 de Brasília) a Santa Missa foi celebrada em sua presença", disse Navarro.

Sobre se tinha entrado em coma, Navarro disse que João Paulo II fica com os olhos abertos algumas vezes e fechados em outras e que também reage quando falam com ele, "por isso, tecnicamente não se pode falar de coma".

"Desde o início de hoje, observa-se que (o papa) começou a perder a consciência, mas isso não quer dizer que tecnicamente esteja em estado de coma. Quando falam, ele abre os olhos e permanece consciente", disse Navarro à imprensa internacional que acompanha estes momentos dramáticos da vida do pontífice.

Com estas palavras, segundo observadores vaticanos, descarta-se que foram dadas condições para falar que a Sede Apostólica está vazia.

Sobre a perda da consciência, o cardeal Joseph Ratzinger, decano do Colégio Cardinalício, disse hoje, depois de visitar o papa em seus aposentos, que João Paulo II deu a ele "a última despedida" e "agradeceu" pelo trabalho feito nestes anos que esteve a seu lado.

"O papa está consciente de que está prestes a passar para as mãos de Deus. Fiz uma visita junto com outros colaboradores, e ele me deu a última saudação de despedida e agradeceu pelo trabalho feito nestes anos", contou Ratzinger, responsável por zelar pela ortodoxia da fé católica.

O cardeal Achille Silvestrini, outro antigo colaborador de João Paulo II, também foi visitá-lo hoje e, na saída, contou que o papa "deu sinais de reconhecer as pessoas".

Silvestrini fez a visita junto com o cardeal Jean Louis Tauran e disse que o papa tinha uma expressão "serena".

Os dois cardeais rezaram e agradeceram o papa "por tudo aquilo que fez". Antes de deixar o quarto, beijaram a mão de João Paulo II.

Navarro Valls também falou hoje sobre a concentração de milhares de pessoas, na maioria jovens, durante toda a tarde e noite de ontem na praça de São Pedro para dar apoio ao papa neste momento de agonia.

Emocionado, Navarro disse que ontem João Paulo II talvez estivesse pensando nos jovens que encontrou em suas viagens pelo mundo ao longo de seu Pontificado.

"Parecia falar sobre eles quando em suas palavras foi possível formar a seguinte frase: 'Busquei-os, agora vós viestes ver-me.

Agradeço-lhes'".

O porta-voz disse que nestas horas difíceis João Paulo II está acompanhado por seus dois secretários particulares, o arcebispo Estanilao Dziwisz e o religioso Mieczyslaw Mokrzycki, três freiras, o médico pessoal, Renato Buzzonetti, e os médicos que também o atendem.

Navarro foi perguntado se é verdade, como a imprensa italiana publica hoje, que o papa escreveu uma última carta para seus colaboradores pedindo que não chorem por sua morte. O porta-voz disse que não podia confirmar isso, "nem depois de falar com dom Estanislao", o secretário do Pontífice.

O Vaticano prevê dar novas informações nesta tarde sobre a evolução do estado do papa, uma agonia que entrou em seu terceiro dia e que evidencia a força física do primeiro papa eslavo da história da Igreja. O doutor Corrado Manni, que foi anestesista de João Paulo II nas operações que fez desde 1981 (depois do atentado da Praça de São Pedro onde foi baleado pelo terrorista turco Ali Agca) até 1996, disse hoje que Karol Wojtyla tem uma "força extraordinária" e que sua resistência está surpreendendo os médicos que o atendem.

Manni disse que de acordo com as condições descritas ontem pelo Vaticano, "tudo estava praticamente acabado" e que a morte do papa era inevitável, "mas não aconteceu antes graças à força de seu aparelho cardiovascular".




Fonte: EFE

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