Bush e Kirchner falam ao telefone sobre Bolívia e Venezuela

O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, telefonou nesta terça-feira para o seu colega argentino, Néstor Kirchner, e o parabenizou pelo papel de seu país na região, especialmente por ter ajudado na superação da crise na Bolívia, informaram fontes oficiais.

Estas fontas disseram que Bush também demonstrou a Kirchner sua "preocupação" com certas atitudes do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, com quem funcionários da Casa Branca tiveram problemas.

Os porta-vozes evitaram dar detalhes das "preocupações" expressadas por Bush e se limitaram a afirmar que Kirchner garantiu que "continuará dialogando com o governo democrático" de Chávez, com quem o presidente argentino tem boas relações.

Os presidentes argentino e americano falaram por telefone durante cerca de 20 minutos e analisaram assuntos de interesse comum, entre eles a situação regional e a Missão da ONU para a Estabilização do Haiti (Minustah), disseram as fontes.

Bush elogiou o andamento da economia argentina, que registrou um forte crescimento nos dois últimos anos, e previu que o investimento estrangeiro continuará chegando se o país mantiver sua atual política econômica, acrescentaram.

O governante americano parabenizou Kirchner pela participação da Argentina na missão da ONU no Haiti, da qual também participam Brasil, Chile e outros países latino-americanos, afirmaram as fontes.

Bush e Kirchner falaram da Bolívia, enquanto se prepara a agenda da próxima reunião da comissão argentino-boliviana criada no ano passado para impulsionar uma maior integração econômica e política entre ambos os países.

A Argentina foi um dos países latino-americanos que apoiaram a permanência do presidente da Bolívia, Carlos Mesa, que em meio a uma onda de protestos apresentou sua renúncia no início do mês, decisão que foi rejeitada pelo Congresso boliviano.

Em 17 de março, o Congresso boliviano rejeitou uma moção de Mesa que pedia a antecipação das eleições gerais previstas para 2007.

Além disso, os deputados aprovaram altos impostos para as petrolíferas dentro do debate de uma nova Lei de Hidrocarbonetos, tema considerado um dos eixos da crise neste país.