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Internacional
Terça - 29 de Março de 2005 às 16:24
Por: Angela Pimenta

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Nova York - O relatório de uma comissão independente publicado nesta terça-feira critica o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, por ter falhado na supervisão do programa Petróleo por Comida, mas afirma não haver provas de envolvimento dele num escândalo de corrupção.

O documento também critica Annan por não ter detectado o conflito de interesse existente entre seu filho, Kojo, e a empresa suíça Cotecna, que empregou Kojo e ganhou um contrato dentro do programa em 1999.

Kojo Annan trabalhou para a Cotecna entre 1996 e 2004 na África, tendo recebido cerca de US$ 360 mil da empresa entre salários e bonificações. Mas o relatório não apresenta nenhuma evidência de que a ligação de Kojo Annan com a Cotecna tenha influenciado na decisão da ONU de premiar a empresa com o contrato dentro do Petróleo por Comida.

Criado pela ONU em 1996, o programa tinha por objetivo permitir que o regime de Saddam Hussein vendesse petróleo para adquirir alimentos e remédios para a população iraquiana. Na época, o Iraque vivia sob sanções econômicas impostas pela ONU depois de ter invadido o Kuwait.

Mas uma investigação feita pelo senado dos Estados Unidos, a partir de denúncias publicadas na imprensa iraquiana, descobriu que o governo de Saddam Hussein faturou US$ 17,3 bilhões irregularmente com o programa. Cerca de US$ 13,6 bilhões teriam supostamente vindo da venda de petróleo para países vizinhos que se dispuseram a quebrar as regras.

O mesmo inquérito revelou ainda que outros US$ 4,4 bilhões teriam sido faturados com subornos e propinas cobrados na prestação de serviços e fornecimento de mercadorias de empresas que cumpriam contrato dentro do previsto pelo programa.

Pressão por renúncia

Recentemente, ao comentar o envolvimento de seu filho, Annan se disse “decepcionado”, acrescentando que desconhecia o envolvimento de Kojo com a Cotecna. Desde que as investigações sobre o Petróleo por Comida iniciaram, Kofi Annan tem sido atacado por membros mais conservadores do Partido Republicano, que pedem a sua renúncia.

Mas Annan tem reiterado que pretende continuar no posto de secretário-geral, liderando o processo de reformas das Nações Unidas, anunciado na semana passada.




Fonte: BBC Brasil

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