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Economia
Terça - 29 de Março de 2005 às 08:39
Por: Mylena Fiori

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São Paulo - A decisão do governo de não renovar o acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) não deve interferir na avaliação do mercado financeiro nacional e internacional sobre a política econômica brasileira. A opinião é do economista Fernando Blumeschein, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas. Segundo ele, o mercado olha para o comportamento dos fundamentos macroeconômicos, como política fiscal, política monetária e endividamento externo da economia. "A consolidação destes fundamentos dá uma certa segurança à decisão do governo brasileiro de não renovar com o fundo", acredita.

Apesar da liberdade que o país passa a ter, o economista não acredita em mudanças na política econômica ou nas metas de inflação ou superávit primário ( a economia que o país faz para pagar a dívida externa). "Na prática, esta margem de manobra é muito pequena devido à forma como os mercados monitoram a economia", diz. O economista enfatiza que, independentemente do aval do FMI, o mercado usa parâmetros objetivos de sustentabilidade da economia, tais como endividamento do governo, nível adequado de reservas, controle da política monetária e taxa de juros.

Quanto às implicações políticas da decisão, Blumeschein acha que não haverá repercussão no cenário externo. No plano interno, no entanto, o rompimento com o FMI pode ter impacto positivo junto à opinião pública. "A decisão tem um significado político importante para o Partido dos Trabalhadores, que na sua tradição histórica sempre foi contra uma maior participação do fundo na gerência de nossa economia", avalia.

Para o economista, a ausência do FMI só será efetivamente testada diante de uma crise financeira internacional ou mesmo de um cenário internacional adverso. "Aí, sim, colocaria em teste a solidez da decisão de não termos o fundo por perto. Isto é mais relevante dado o fato de que a economia brasileira ainda possui um baixo nível de proteção para uma eventual fuga de recursos externos", afirma.





Fonte: Agência Brasil

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