Congressistas crêem na reforma

O senador Jonas Pinheiro (PFL) é favorável ao financiamento público de campanha e acredita que esse item da reforma política será aprovado ainda em 2005. O congressista alega que só assim os candidatos serão eleitos pelo próprio mérito e não pelo poderio econômico. "Não se vai comprar mandato", prevê. O pefelista quer que a verticalização caia. Isso porque caso ela permaneça, não será possível consolidar a coligação Mato Grosso Mais Forte, que uniu PPS, PFL e PP na eleição de Blairo Maggi (PPS), em 2002.

Em relação à fidelidade partidária, Jonas diz que o parlamentar que troca de partido deveria ficar inelegível por quatro anos. "Hoje em dia por qualquer desavença você sai do partido. E o eleitor que votou em você, como que fica? A fidelidade é necessária, não eternamente, mas para evitar o troca-troca". Questionado sobre as listas fechadas (mecanismo no qual os eleitores dariam o voto a legenda e não a um candidato específico), alega que a prática não seria viável no Brasil. "Os deputados atuais teriam preferência na lista. Você inibe o surgimento de novas lideranças e perpetua os grupos políticos fortes de hoje. Os menores ficam sem chance".

Já o deputado Ricarte de Freitas (PTB) defende o fatiamento da reforma política para que alguns itens sejam aprovados pelo Congresso em breve. Para ele, a verticalização irá cair. "Tenho convicção que ela cairá até setembro. Mas a reforma tem que ser objeto de discussão maior, como a lista fechada e financiamento público de campanha. São pontos muito discutidos, mas acho difícil de ser implantado". Conforme o parlamentar, o financiamento público só será possível se forem aprovadas as listas fechadas. "Mesmo com o financiamento público, acho difícil impedir o caixa dois da campanha". Em relação às mudanças de siglas, Ricarte afirma que o grande culpado é o próprio governo. "Mas a grande verdade é que os brasileiros não cobram de seus políticos".