Presidente deposto do Quirguistão diz que não renunciou

Moscou - O ex-presidente quirguiz Askar Akayev declarou nesta sexta-feira de seu refúgio do Casaquistão ter sido vítima de um golpe de Estado e negou categoricamente ter renunciado. "Os rumores sobre minha renúncia são completamente falsos e mal-intencionados", destacou em entrevista divulgada por agências de notícias da Rússia. "Este meu refúgio fora do país é provisório", acrescentou, garantindo que regressará a Bishkek para reassumir suas funções constitucionais de presidente da república. Isso apesar de a Suprema Corte quirguiz ter validado judicialmente hoje a destituição dele.

Akayev ressaltou que dispunha de força suficiente para neutralizar qualquer tipo de revolta. "Mas, desde o início da crise, deixei bem claro que não recorreria à força contra o povo", lembrou. O ex-líder quirguiz tentou justificar implicitamente sua fuga, afirmando que um punhado de aventureiros políticos irresponsáveis optou pelo caminho criminoso da usurpação do poder, mediante ações de força. "Uma onda incontrolável e devastadora de anarquia inundou a capital e muitas regiões do país", insistiu ele.

Falando pela primeira vez desde que abandonou às pressas o palácio do governo, o ex-presidente classificou de falsas as acusações da oposição, segundo as quais as eleições parlamentares de fevereiro e março foram marcadas pela fraude com o claro propósito de perpetuar Akayev no poder.

"Sob bandeiras falsas e apelos revolucionários, os extremistas levaram a cabo suas ações de puro vandalismo", concluiu o ex-presidente.