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Economia
Quarta - 23 de Março de 2005 às 22:55
Por: Stênio Ribeiro

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Brasília – As pessoas físicas e jurídicas que pegaram empréstimos em fevereiro pagaram mais caro, como reflexo imediato do aumento acumulado da taxa básica de juros (Selic), de 16% para 19,25% ao ano, de setembro para cá.

Conforme mostra o relatório mensal de fevereiro sobre Política Monetária e Operações de Crédito do Sistema Financeiro, os juros do cheque especial aumentaram de 144,6% para 146,4% no mês passado, enquanto o crédito pessoal pulou de 74,5% para 75,3%. Os dados foram divulgados hoje pelo chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes,

No cômputo geral, a taxa média de juros subiu de 55,8% para 56,4% nas operações de crédito com recursos livres, embora os empréstimos tenham ficado mais baratos para a compra de veículos (caiu de 36,5% para 36,2%) e para financiamentos de eletroeletrônicos (desceu de 64,5% para 63,7%).

As reduções decorreram da possibilidade que muita gente teve de usar outras modalidades de empréstimo, como a operação consignada em folha de pagamento, que cobra taxa média de 39,4% ao ano, contra os 75,3% do crédito pessoal cobrado pelos bancos, como lembrou Altamir.

Para ele, essa é a principal razão do volume de créditos consignados ter crescido 98,7% nos 12 meses fechados em fevereiro. No segundo mês do ano, os empréstimos nessa modalidade somaram R$ 13,566 bilhões, dos quais R$ 11,490 bilhões para servidores públicos e R$ 2,075 bilhões para trabalhadores da iniciativa privada. O aumento de operações foi de 6,1% no mês.

O economista do BC lembrou que apesar do aumento dos juros cobrados, as operações de crédito como um todo cresceram 1,4% em fevereiro, registrando volume total de R$ 498,3 bilhões. Isso equivale a 26,7% do Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma de todas as riquezas produzidas no país.

A relação é ligeiramente maior que os 26,5% do PIB registrados em janeiro, ou que os 25,3% de fevereiro do ano passado. "O aumento está em linha com o crescimento da economia, como era esperado", e traduz, em parte, a concentração de compromissos financeiros das famílias no início de cada ano, principalmente com educação e tributos, explicou Altamir Lopes.

Do total de créditos, apenas R$ 19,149 bilhões (3,84%) se referem a financiamentos da máquina pública nos três níveis de governo. Os outros R$ 479,2 bilhões financiam as atividades privadas. As operações com pessoas físicas alcançaram R$ 132,9 bilhões, com elevação mensal de 2,7%. Aumento semelhante aos 2,8% do comércio, que somou R$ 56,7 bilhões.

O crescimento nas tomadas de empréstimos foi menor em outros segmentos. A expansão na indústria foi de 1,1%, com saldo de R$ 126,7 bilhões, nos serviços totalizaram R$ 81,6 bilhões, com acréscimo de apenas 0,4%. Os financiamentos rurais e habitacionais mantiveram os mesmos patamares de R$ 55,2 bilhões e R$ 24,5 bilhões, respectivamente.





Fonte: Agência Brasil

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