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Internacional
Quarta - 23 de Março de 2005 às 07:55

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O primeiro-ministro do Quirguistão, Nikolai Tanayev, viajou hoje, quarta-feira, ao sul do país, dominado pela oposição, para dialogar com os líderes dos protestos antigovernamentais.

A administração presidencial quirguiz não confirmou com quem ele se reunirá, já que se deslocou de helicóptero, e visitará Osh ou Jalal-abade, regiões meridionais onde a oposição estabeleceu um governo paralelo e nomeou seus próprios governadores.

Apesar das chamadas da comunidade internacional, o presidente do Quirguistão, Askar Akaiev, no poder desde 1990, se negou a realizar negociações com a oposição, que pede sua demissão irrevogável.

"Minha demissão não é concorrência de uma ou outra força política, pois uma decisão a este respeito só pode ser adotada pelo povo ou pelo Parlamento", disse ontem o presidente do Quirguistão em uma mensagem à população e ao novo Legislativo transmitida pela televisão.

Portanto, "este assunto não será tema de negociações, a não ser que se trate de uma tentativa de derrocar o presidente legítimo pela força" do país, especificou.

Akaiev, o único líder centro-asiático sem antecedentes comunistas, classificou de "inaceitáveis" as reivindicações da oposição, que hoje deve organizar protestos nas ruas de Bishkek, capital quirguiz.

Além disso, acrescentou, "cada um tem suas próprias demandas, não sabemos com quem temos que negociar".

A oposição demanda também a repetição das eleições legislativas e a dissolução do Parlamento, ao que se nega Akaiev, que inaugurou ontem a primeira sessão da câmara parlamentar.

O presidente do Quirguistão destituiu hoje o ministro do Interior e o Procurador-Geral por sua má gestão da crise que afeta este país desde o segundo turno das eleições legislativas de 13 de março, tachadas de "fraudulentas" pela oposição.

O sul do Quirguistão é a zona mais pobre deste país e mais da metade da população é uzbeque, o que faz temer o estalo de um conflito étnico, como já ocorreu no começo dos anos 90 em Osh quando centenas de pessoas morreram em enfrentamentos entre as comunidades quirguiz e uzbeque.





Fonte: EFE

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