Repórter News - reporternews.com.br
Economia
Quarta - 23 de Março de 2005 às 07:05

    Imprimir


O custo de vida no Rio de Janeiro e em São Paulo equivale a 55% ao de Nova York, segundo um estudo divulgado nesta terça-feira pela consultoria Economist Intelligence Unit, ligada à revista britânica The Economist.

As duas cidades brasileiras aparecem empatadas em 109º na lista das mais caras do mundo, em uma pesquisa que compara preços em dólares em 130 cidades e é normalmente usada por empresas para o cálculo dos salários de executivos quando eles são transferidos de seus países de origem.

Para Jon Copestake, um dos autores do estudo, a instabilidade política e econômica dos países da América Latina está impedindo que suas principais cidades figurem entre as 60 mais caras do mundo.

"Problemas de segurança e instabilidade têm um impacto na demanda por produtos, o que por sua vez faz os preços flutuarem substancialmente", explicou ele, em entrevista à BBC Brasil.



"Isso é mais acentuado na América Latina, onde muitos países têm suas economias muito influenciadas pelo dólar, que passou os últimos meses em queda."

O estudo foi realizado em setembro de 2004.

Europa

O enfraquecimento do dólar frente ao euro aumentou o custo de vida nas cidades européias.

A lista das cidades mais caras do mundo segue encabeçada por Tóquio, Osaka, Oslo, Paris e Copenhague, nesta ordem.

Mas Copestake chamou a atenção para o fato de a diferença na avaliação entre as cidades européias e asiáticas ter diminuído em relação ao último relatório.

As cidades mais caras 1. Tóquio 2. Osaka 3. Oslo 4. Paris 5. Copenhague 6. Zurique 7. Londres 8. Genebra/Reykjavík 10. Helsínque 23. Nova York 64. Cidade do México 95. Lima/Bogotá 109. São Paulo/Rio 116. Buenos Aires Economist Intelligence Unit

O estudo toma como base de referência a cidade de Nova York e atribui a ela o número 100.

Oslo, a mais cara da Europa e 3ª do ranking mundial, tem índice 129, ou seja, é 29% mais cara que a cidade americana.

Londres, a 5ª cidade mais cara do continente e 7ª na listagem geral, tem 121.

Tóquio é 41% mais cara que Nova York, enquanto Osaka, também no Japão, tem um índice de 136.

Segundo Copestake, o estudo semestral vem mostando que a maior parte das cidades asiáticas está caindo das dez primeiras posições, o que pode ser resultado da desvalorização do dólar no mercado internacional.

"Hong Kong, por exemplo, sempre esteve entre as 'top 10', mas agora está em 12º lugar. Isso é um reflexo do fato de as economias asiáticas estarem muito ligadas à moeda americana", afirmou.

Além disso, assim como ocorreu no estudo divulgado em agosto de 2004, nenhuma cidade dos Estados Unidos figura entre as 20 primeiras posições, o que é também creditado à queda do dólar.

Nova UE

A pesquisa destaca ainda a ascensão de cidades dos países que se juntaram à União Européia no ano passado.

Praga é a que está mais mais alto no ranking – subiu do 84º para o 73º lugar, acompanhada de Varsóvia (78º) e Budapeste (81º).

Apesar de estarem distantes das cidades da Europa Ocidental e de Moscou, considerada a 32ª mais cara do mundo, essas capitais da "Nova Europa" estão se beneficiando da força do euro frente ao dólar, segundo Copestake.

"O aumento do custo de vida nessas cidades não está tão relacionado à inflação quanto se imagina", explicou. "Tem mais a ver com o fato de a entrada para a União Européia ter dado a esses países benefícios que fortaleceram suas economias."




Fonte: BBC Brasil

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/351632/visualizar/