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Economia
Sábado - 19 de Março de 2005 às 11:06
Por: Juliana Scardua

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Na tentativa de superar os obstáculos impostos pela cadeia produtiva, como a queda nos preços praticados pela arroba do boi gordo em Mato Grosso, pecuaristas do Estado decidiram adotar, entre outras medidas, a tática de segurar o boi no pasto, vendendo apenas o necessário nos próximos dias para garantir o custeio da produção. A iniciativa é uma das respostas do segmento ao suposto cartel praticado pelos frigoríficos. Em Goiás, o boicote parcial nas vendas gera uma queda no abastecimento de gado de corte de 40%.

A mobilização integra o conjunto de propostas definidas ontem ao final da reunião do Fórum Permanente da Pecuária de Corte da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), que reuniu cerca de 1,8 mil produtores no Centro de Eventos da Associação de Criadores de Mato Grosso (Acrimat), em Cuiabá.

Outro objetivo do setor, discutido com os presentes, trata da redução na alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) na venda do boi vivo a outras regiões do país. A alíquota cobrada atualmente pelo governo estadual neste tipo de comercialização é de 17%. O segmento pleiteia uma redução para 3%, mesma alíquota incidida sobre a venda aos frigoríficos que desenvolvem suas atividades no Estado.

O pedido foi formalizado na quinta-feira, durante reunião mantida entre representantes da Acrimat, Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) e o secretário de Estado de Fazenda, Waldir Teis, e está sendo analisada pela pasta. "Na verdade o governo não estará perdendo nada, porque com essa alíquota e os preços do boi gordo hoje, nenhum produtor tem condições de mandar o boi para fora", declarou o presidente da Acrimat, Jorge Pires, durante a abertura do fórum.

Entre as demais deliberações sinalizadas, os pecuaristas também pretendem se organizar para a criação de cooperativas e para aquisição de frigoríficos próprios, seja pela compra, aluguel ou construção de novas plantas.

A Acrimat já estuda a criação de um frigorífico. Segundo o presidente da entidade, 30 pecuaristas já demonstraram interesse em investir no projeto. O local para a instalação está sendo analisado por técnicos vinculados à Acrimat.




Fonte: A Gazeta

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