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Economia
Quarta - 16 de Março de 2005 às 08:24

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O governador do Estado, Blairo Maggi acredita que, mantendo as atuais sinalizações de mercado, os efeitos negativos na economia estadual durarão por menos tempo. "Até o mês passado não tínhamos nenhuma luz no final do túnel, e agora, mesmo com essa clareada, o aperto orçamentário vai continuar", alerta.

Mas, apesar de todo sufoco, o governador acredita que este ano agrícola ruim traz uma lição. "Creio que todo mundo que está tirando o pé do acelerador vai aproveitar para rever muita coisa. O setor estava desenfreado, sem referencial. É como o apagão, ninguém gostou, mas aprendemos, ao final, que é possível economizar e fazer alguns ajustes", avalia.

O secretário de Assuntos Estratégicos, Cloves Vettorato acrescenta ainda que essa situação toda vai levar muitos produtores a olharem mais para dentro das propriedades e cortar desperdícios. "Uma espécie de reeducação. O que vai ser muito bom".

Maggi exclama ainda que o setor deverá dar uma enxugada depois desta safra, em função da crise. "Desde o ano passado venho alertando pecuaristas que nesse ano (safra 04/05) não era o melhor momento para estrear na atividade. Viemos de um ano (2004) muito tumultuado, preços altos, virtuais e deu no que deu", observa.

Para a próxima safra, Maggi diz que não haverá incremento de novas áreas. "Este ano, apesar da adversidade, a produção da soja está estimada em mais de 17 milhões de toneladas (t), cerca de 20% a mais em relação ao ciclo passado. Crescemos, porque tudo estava preparado para isso, insumos e sementes adquiridos e terras preparadas. Mas com esta desaceleração, no próximo ano, ficaremos ainda sem grandes investimos no setor e para o setor", aposta.

Maggi destaca que os produtores - ao pleitear a prorrogação das dívidas com vencimento em 2005 - não tiveram a intenção de "socializar o prejuízo". "O que acontece é que se o pagamento não fosse retardado, haveria uma grande quebradeira. Isso sim traria um prejuízo incalculável para o País, para sua economia e para a população. A medida possibilita apenas a viabilização do setor que produz", argumenta. Ele completa, dizendo que "sei que às vezes a população não entende isso, afinal, quando se fala em agronegócio criam-se lendas, mitos, que não são reais, como o consumismo exacerbado de alguns produtores". (MP)




Fonte: Diário de Cuiabá

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