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Economia
Quarta - 16 de Março de 2005 às 08:20
Por: Mariana Peres

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Já há uma luz no final do túnel para os cofres estaduais com a reação dos preços da soja no mercado internacional. A grosso modo, a alta de anteontem para ontem, de US$ 0,17, foi o suficiente para injetar, de maneira virtual, cerca de US$ 106 milhões na economia estadual. Ampliando o nível de comparação, para com a data da maior baixa dos últimos tempos, US$ 4,98 por bushel, em 4 de fevereiro, para o pico de ontem, US$ 6,78 por bushel, estima-se que retornem à economia US$ 1,1 bilhão.

"É um valor virtual, porque consideramos este novos valores sobre a safra total do Estado, cerca de 17 milhões de toneladas. Obviamente, ela não será vendida toda de uma vez, mas com a cotação positiva e em alta, o déficit projetado, de cerca de US$ 1,5 bilhão, volume que deixaria de circular na nossa economia vai sendo reduzido", explica o secretário de Assuntos Estratégicos, Cloves Vettorato.

Ontem, durante um encontro com jornalistas da área econômica da Capital, a equipe do Governo faz a seguinte conta: O bushel, padrão de medida norte-americano, equivale a 27,2 quilos. Uma tonelada de soja tem 36,76 bushel, este valor multiplicado pela diferença das cotações de segunda e terça, US$ 0,17, gera, US$ 6,25 por tonelada comercializada. Este acréscimo, vezes o volume de oleaginosa desta safra (17 milhões de toneladas), resulta em uma variação de US$ 106 milhões. "Ou seja, se toda a produção estadual tivesse sido comercializada ontem, valeria US$ 106 milhões a mais, do que, na última segunda-feira", frisa.

Vettorato aponta que o déficit para o volume circulante em Mato Grosso está sendo reduzido. "Em uma diferença, entre o bushel do dia 4 de fevereiro - nosso fundo do poço -, para a alta de ontem, há um ganho de US$ 1,78, ou seja, deste período para cá, a soja estadual valorizou, US$ 1,1 bilhão", esclarece.

O secretário de Estado de Fazenda, Waldir Teis, explica que o balanço da arrecadação do Estado, no primeiro bimestre, ainda não está fechado. Mas no início do mês, em uma reunião em Rio Verde (GO), o governador disse que a crise no agronegócio já teria tirado da arrecadação de janeiro cerca de R$ 30 milhões, se comparado aos números de dezembro. Teis acredita que até o final desta os números estejam concretizados.

ARITIMÉTICA DO ESTADO - Normalmente o dinheiro gira três vezes, "ou como dizemos, dá três tombos", explica Teis. "O produtor vende a produção, pega este dinheiro e paga a empresa que financiou os insumos da safra, a empresa, por sua vez, ao receber este volume, paga seus funcionários, estes pagam suas contas no comércio, e este último, paga contas e impostos. A grosso modo, dá os três tombos. Os cerca de US$ 1 bilhão, neste giro, gerando capital, deveria ao ser pulverizado no Estado, render US$ 3 bilhões. Por isso, estimar valores não é fácil".

A retomada do preço da soja, insiste Teis, ainda não reflete agora na economia. Os produtores estão mais cautelosos, até porque o mercado é instável. O que temos neste momento, são indícios de melhora. Com esta expectativa de preços melhores, pode haver uma oferta maior de soja e isso fazer com que o mercado caia. "E voltamos como estávamos", alerta.

"É um fator psicológico que anima e desenha uma recuperação de receita. Se este cenário se mantiver, o retorno será paulatino ao cofre estadual. Quando o impacto é ruim, o efeito é imediato. Quando há retomada da arrecadação, isso demora mais para chegar até as finanças estaduais", explica Teis.

Maggi lembra que esta desacelaração ainda vai trazer impactos negativos à arrecadação estadual. "Não teremos expansões de áreas, não teremos investimentos no setor e para o setor, no próximo ano, e isso tudo vai reduzindo o volume de capital circulante, ou seja, menos ICMS", justifica.




Fonte: Diário de Cuiaba

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