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Repórter News - reporternews.com.br
Internacional
Terça - 15 de Março de 2005 às 21:33

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Em meio a um fortíssimo esquema de segurança, o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, se reúne a partir desta terça-feira com facções armadas radicais para tentar conseguir uma trégua que dê credibilidade às negociações de paz com Israel.

A reunião, em um luxuoso hotel da periferia do Cairo, no Egito, começou com uma hora de atraso, e os oradores que participaram da sessão de abertura não pronunciaram a palavra "trégua" ou a expressão "cessar-fogo", apesar deste ser o principal tema da reunião.

Os participantes desta sessão de abertura foram, além de Mahmoud Abbas, o ministro de Exteriores egípcio, Ahmed Abul Geith, e o chefe dos serviços secretos egípcios, Omar Suleiman, solicitado pelo presidente do Egito, Hosni Mubarak, para atuar como mediador.

Abbas ressaltou o interesse da ANP e das facções palestinas pela paz, e destacou a necessidade de conseguir um acordo entre os participantes "para iniciar a negociação final (com Israel) e conseguir o fim da ocupação, de acordo com as resoluções internacionais".

O presidente palestino insistiu na necessidade de uma entidade nacional palestina "na qual estejam presentes todas as facções", em referência a grupos islamitas como o Hamas e a Jihad Islâmica, que até agora não participam das instituições palestinas.

Por sua vez, Omar Suleiman disse que o mais importante é que as conversas resultem num acordo "apoiado por todas as facções e que crie uma atmosfera de paz". Além disso, ressaltou a necessidade de "todas as facções participarem de todas as áreas" de governo palestino.

Pouco antes da reunião, os vários delegados palestinos falaram aos jornalistas para expor suas diferentes posturas ante as negociações e umaa possível trégua, e todos coincidiram na importância destas conversações para a unidade nacional palestina.

No entanto, nenhum dos delegados quis pronunciar-se sobre os detalhes ou a duração de uma eventual trégua, lembrando que esta é precisamente o eixo principal das conversações, que devem durar quatro dias.

O representante da Frente Popular para a Libertação da Palestina (esquerdista), Bilal Qassim, disse que, caso seja acertada uma trégua, esta "não será permanente".

Qassim disse que "a idéia de uma trégua está madura", mas não confirmou que esta vá durar um ano, como apontaram vários observadores, e limitou-se a condicionar sua duração a que "Israel cesse as agressões" contra os palestinos.

Além disso, o representante da FPLP disse que o governo egípcio, ao receber as conversações no Cairo, atuará como fiador de possíveis acordos que possam vir a acontecer.

Qassim ressaltou que a reunião "representa a unidade do movimento palestino", pois "todos os participantes estão de acordo em criar uma frente comum para defender as aspirações palestinas".

Bassam Salhi, do Partido Popular da Palestina, disse que deve se chegar a "um cessar-fogo mútuo", "supervisionado por um controle internacional e que inclua a libertação de prisioneiros (palestinos em prisões israelenses), e também faça com que Israel pare a construção do muro na Cisjordânia".

Salhi pediu para que o Egito, junto ao Quarteto de Madri (formado por EUA, UE, ONU e Rússia) e a comunidade internacional, "assumam sua responsabilidade para supervisionar a aplicação do acordo e a aplicação completa das resoluções internacionais".

O delegado de Afaika, um dos grupos da Organização para a Libertação da Palestina, disse esperar que "termine a luta entre Israel e nós" com essa reunião, e falou que o fórum representa "dar uma oportunidade a Abu Mazen (Mahmoud Abbas) para continuar seu programa de paz".





Fonte: EFE

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