Repórter News - reporternews.com.br
Nacional
Terça - 15 de Março de 2005 às 17:37

    Imprimir


Cerca de 11 milhões de eleitores brasileiros receberam ofertas de compra de votos nas eleições de 2004, de acordo com o levantamento "Compra de Votos nas Eleições 2004", da Organização Não-Governamental (ONG) Transparência Brasil, em conjunto com a União Nacional de Analistas Técnicos de Finanças e Controle (Unacon).

O montante representa 9% do eleitorado nacional, o terceiro maior colégio eleitoral do País, ficando atrás apenas de São Paulo (com 27 milhões de eleitores) e Minas Gerais (com 13 milhões de votantes). O percentual é 200% superior ao verificado nas eleições de 2002.

O índice de oferta de compra de votos no Nordeste em 2004, de 11% dos eleitores, foi o segundo maior do País, ficando atrás da Região Sul, onde 12% dos votantes foram submetidos a tentativa de corrupção. Se considerada apenas a oferta de dinheiro em espécie, o percentual cai para 5% no Nordeste, índice verificado também no Norte e Centro-Oeste. No Sul, o percentual de eleitores que receberam proposta de troca de voto por dinheiro foi de 2%, e no Sudeste, de 1%.

A pesquisa - que entrevistou 2002 pessoas em 143 municípios do País - também procurou colher informações sobre a troca de serviços públicos por promessas de voto, popularmente conhecido como "uso da máquina pública".

De acordo com o levantamento, no Nordeste, 7% dos entrevistados dizem ter recebido ofertas de troca de voto para conseguir a realização de algum serviço. O percentual é o mesmo no Norte e Nordeste e cai discretamente no Sul (6%) e Sudeste (5%). Em números absolutos, os responsáveis pela pesquisa calculam que 6,5 milhões de pessoas foram abordadas com sugestões de troca de votos pela realização de serviços públicos.

Questionado a respeito da abrangência da pesquisa, o presidente da Transparência Brasil, Cláudio Abramo, explicou que o levantamento só pode ser considerado em nível regional, dadas as limitações orçamentárias da ONG.

"Custou uma nota preta fazer esta pesquisa e não temos como fazer mais que isso. Gostaríamos de mostrar Estado por Estado, mas para isso é preciso que a Justiça Eleitoral atue. Só o Estado tem recursos para isso. E só quando isso for feito é que será possível traçar políticas públicas eficientes para combater a compra de votos", afirmou.





Fonte: Agência Nordeste

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/352705/visualizar/